Barreiras ao comércio em África

Um estudo do Banco Mundial indica que o comércio inter-regional no COMESA – Mercado Comum da África Oriental e Austral corresponde apenas a 5% do total da mercadoria importada.

Entre os problemas que estrangulam as economias africanas nada parece tão contraproducente e bizarro como as barreiras comerciais e administrativas que se colocam ao comércio inter-regional. Criadas localmente, algumas vezes inspiradas em questões mesquinhas, e em vigor há mais de 30 anos, estas barreiras têm consequências nefastas.

Um estudo do Banco Mundial indica que o comércio inter-regional no COMESA – Mercado Comum da África Oriental e Austral corresponde apenas a 5% do total da mercadoria importada pelos países deste mercado.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) regista um score relativamente melhor, mas nada que justifique celebrações. Aqui o comércio interestados equivale apenas a 10% do volume de importações. Em contrapartida na zona correspondente à ASEAN, o comércio entre vizinhos representa 20% das importações. Na Nafta estas operações chegam a 35%, na União Europeia vão aos 60% e no Mercosul andam pelos 15%.

De acordo com o Banco Mundial (BM), as barreiras incluem autorizações para importação, taxas às exportações, tarifas aduaneiras, licenças para circulação, proibições impostas a alguns produtos, e falta de coordenação entre instituições responsáveis por fiscalização, regulação e autorização.

Ainda segundo o BM a cadeia sul-africana de supermercados Shoprite gasta semanalmente na Zâmbia 20 mil dólares no pagamento de emolumentos para fazer passar a sua mercadoria. O Shoprite manuseia em média 100 processos para fazer passar cada um dos seus camiões. «Nalguns casos podem ser necessários 1600 documentos», diz o estudo do BM.

Perante estes números ninguém se surpreendeu com o tom que a vice-presidente do BM,

Obiageli Ezekwesili, empregou por altura da apresentação do relatório. «O mercado africano envolve mil milhões de pessoas, e pode gerar comércio no valor de dois biliões de dólares. É importante pois que os líderes africanos respondam às aspirações da população com atos capazes de remover as barreiras, e suficientes para dinamizar o mercado regional».

Fonte: África 21

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