Camila Pitanga posa pra capa em Paris e dá sua opinião sobre os assuntos mais quentes de 2015

Capa da Glamour de dezembro, Camila Pitanga – fotografada em plena Paris Fashion Week, no desfile da Dior – fala sobre os assuntos em alta no ano: de assédio a aborto. Leia trechos da entrevista e suspire com as fotos

Por Adriana Bechara Do Revista Glamour

Glamour passou dois dias com Camila Pitanga na Cidade Luz, em plena Paris Fashion Week! Nossas missões: realizar um ensaio de capa durante o desfile da Dior e perguntar a opinião dela sobre os temas mais quentes do momento. Missões dadas, missões cumpridas com graça e coragem. Camila, como diriam os franceses, você éunique!

Ser negra no Brasil
“É uma dificuldade ainda, né? Esse preconceito velado é corrosivo. A boa notícia é que estamos vivendo um momento muito interessante de as pessoas denunciarem. Acho que o que aconteceu com a Taís [Araújo, atriz querida, agredida nas redes sociais por ser… negra] é um horror. As pessoas terem a coragem de agredir daquela forma… aquela falta de humanidade é de uma violência cruel! E a atitude dela e a de muitas outras, que não têm vergonha de pôr a boca no trombone, é o que faz a diferença. Porque quem tem que ter vergonha é quem agride, e não quem sofre.”

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Fiu-fiu na rua
“Achei forte o que aconteceu neste último mês, com tantas manifestações sobre  #primeiroassedio. Impressionante como nós, mulheres, naturalizamos o assédio como algo do cotidiano, o machismo sendo algo natural. Só me dei conta de várias coisas por que passei na minha vida vendo essa elaboração coletiva.”

 

#PrimeiroAssédio
“Eu já me vi nesse lugar de ser tolhida na minha liberdade, quando menina, pra não provocar no outro um comportamento invasivo. Não sei se vocês sabem, mas vou ser embaixadora da ONU Mulheres [liderança global em prol de mulheres e meninas, criada em 2010] e estou realmente envolvida. Temos encontros a cada 15 dias e pretendo trazer a público um texto
que fiz sobre isso em breve.”

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Aborto
Uma vez que o aborto é praticado, penso ser inadmissível que o Estado seja alienado desse problema. Eu pessoalmente não faria o aborto, mas entendo que é uma realidade que precisa ser cuidada. É uma questão de saúde pública, gente! Mulheres pobres e negras estão morrendo – já mulheres que têm condições fazem e não morrem. Respeito as religiões, no entanto isso é algo do foro íntimo de cada pessoa.

Caitlyn Jenner
“Nossa, tão interessante! O gênero tá ficando um pouco relativizado, né? Viva a diversidade! Viva a liberdade! E viva a tolerância! Quanto mais a gente falar disso, quanto mais for natural, melhor. Todos nós somos seres humanos e cada um deve exercer a sua sexualidade, a sua maneira de se expressar, de se vestir e se colocar no mundo como melhor lhe convier. É assim que eu fui criada e é assim que eu acredito que deve ser.”

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Todos os looks de Camila são Dior
Edição de moda: Luis Fiod
Produção executiva: Cibele Maciet
Beleza: Edu Hyde (Capa) com produtos Dior
Agradecimento: Hôtel Fouquet’s Barrière

 

 

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