A fala do presidente Lula (PT) na qual descartou que gênero e raça serão critérios para a indicação do próximo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) não surpreende a Coalizão Negra por Direitos, afirmou Maíra Vida em entrevista ao UOL News desta segunda-feira (25). Representante do movimento, ela afirmou que “sabíamos que negros no governo seria difícil”.
Não é uma fala que nos surpreende porque embora nós tenhamos contribuído para eleição e vitória, para o êxito desse governo, o fato é que movimentos sociais e movimentos de mulheres foram decisivos para a última eleição, nós sabíamos que não seria fácil disputar espaço de poder a partir dessa dinâmica que é da demanda da abertura pela necessidade de inclusão, da diversidade, pela necessidade de uma participação efetiva da população negra que é o maior contingente populacional do nosso país e ainda segue escanteado da maior parte dos espaços da tomada de decisão.
Maíra ainda afirmou que não é apenas no STF que a representatividade não existe, apontando para um problema em todos os tribunais. Contudo, destaque que o Supremo, por ser a cúpula do poder judiciário, é um caminho mais importante para acender uma luz sobre o problema.
É uma coisa que a gente no mínimo entende como curiosa, mas lamenta, não se surpreende e segue de maneira esperançosa querendo acreditar que de alguma maneira o presidente vai racialiar o STF porque estamos num país racista e não é possível não racializar quaisquer que sejam as esferas do poder”.