Curta sobre Zélia Amador de Deus é lançado

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O documentário em curta-metragem “Amador, Zélia" foi produzido com recursos do Edital de Audiovisual da Lei Aldir Blanc Pará.

Uma história de inspiração e luta contada em multiliguagem, com recursos que vão da encenação à ilustração, “Amador, Zélia” traz ao público a trajetória da professora Zélia Amador de Deus, um dos principais e históricos nomes nacionais do Movimento Negro. A narrativa do curta atravessa a trajetória de Zélia desde os tempos da escola, quando vivenciou o racismo pela primeira vez, passando por seu envolvimento com o teatro e movimento político, até o legado deixado na Universidade.

O lançamento ocorrereu nesta segunda-feira, 13 de setembro, às 19h, no Cine Líbero Luxardo (Centur), apenas para convidados devido as limitações impostas pela pandemia. Mas o público em geral poderá acompanhar a estreia do curta, na mesma data e horário, no canal do Youtube da Floresta Urbana.

O curta-metragem documental paraense é fruto de projeto contemplado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult) por intermédio do Edital de Audiovisual – Lei Aldir Blanc Pará. A produção marca a estreia de uma nova produtora audiovisual no estado, a Floresta Urbana, que tem como um dos sócios o proponente do projeto, Glauco Melo, que assina a direção geral e de fotografia da obra. O argumento, roteiro e codireção são do jornalista e roteirista Ismael Machado, que tem no currículo a série documental Ubuntu: A Partilha Quilombola, exibida no Canal Futura.

“A história de Zélia é inspiradora para toda a sociedade, principalmente nos tempos de retrocessos que vivemos atualmente. Realizar esse trabalho foi mais que uma satisfação, foi um constante aprendizado”, resume Glauco Melo sobre a experiência. Essa satisfação se estendeu a toda a equipe, que durante o período de pré-produção e produção tomou todos os cuidados necessários para a garantia da saúde de todos.

“Estar nesse projeto, falando de Zélia especificamente, foi entusiasmante e desafiador. Ela foi uma das primeiras professoras que tive na universidade, a primeira preta. E vê-la naquela posição me deu mais coragem para não desistir. Zélia não é qualquer professora. Ensinou a turma, apenas provocando debates, discussões, tirando máscaras que tapavam o racismo e a intolerância pré-existente advinda da nossa criação”, conta Josiel Paz, um jovem ilustrador ‘queer’, responsável pelas ilustrações que foram animadas para compor a obra. Mas acima de tudo, como destaca, uma pessoa preta.

Uma das ideias propostas no roteiro de Ismael Machado foi a de sublinhar algumas passagens da trajetória de Zélia com uma dramatização simulando um monólogo teatral, que funcionou super bem e quem assumiu a interpretação foi a atriz e ativista cultural Carol Pabiq. “Costuma-se chamar de ‘prêmio’ ou de ‘presente’ quando a gente recebe um trabalho para dar vida a um personagem. E depois de 10 anos longe dos palcos e dos sets de filmagem ser convidada para viver Zélia Amador de Deus no cinema foi uma honra.

Pois Zélia é muito querida e admirada por mim, por artistas, por ativistas, pela intelectualidade, pela sociedade como um todo”, destaca Carol.

Com uma história de vida riquíssima, a produção recorreu a um historiador para pesquisar material não apenas sobre a personagem, mas também ao contexto histórico e político de cada época. Marcelo Gomes foi quem esteve nesta missão e mesmo com as limitações ocasionadas pela pandemia agregou muitos elementos a obra.

Após o lançamento a intenção da equipe é que o filme ganhe a estrada e possa ser exibido para o máximo de público possível, percorra festivais de curtas e seja incorporado a canais pagos e plataformas de streaming.

Foto: Divulgação

Equipe:
Glauco Melo – Diretor de Fotografia e co-direção
Ismael Machado – Roteiro e co-direção
Ygor Negrão – Filmmaker
Aline Paes – Produtora Executiva
Michelle Maia – Diretora de Produção
Brenda Paes – Assistente de Produção
Marcelo Gomes – Pesquisa
Marcelo Araújo Filho – Áudio
Carol Pabiq – Atriz
Josiel Paz – Ilustração
Júlio Santos – Edição e Finalização

** ESTE ARTIGO É DE AUTORIA DE COLABORADORES OU ARTICULISTAS DO PORTAL GELEDÉS E NÃO REPRESENTA IDEIAS OU OPINIÕES DO VEÍCULO. PORTAL GELEDÉS OFERECE ESPAÇO PARA VOZES DIVERSAS DA ESFERA PÚBLICA, GARANTINDO ASSIM A PLURALIDADE DO DEBATE NA SOCIEDADE. 

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