Startup está presente em 70 cidades brasileiras e conta com 2.000 clientes cadastrados.
por Juliana Munaro no G1
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostra que a população negra do país tem 16% a menos de chance de ser aceita no mais conhecido aplicativo de acomodações do mundo.
Para combater o preconceito no setor de turismo, o empresário Carlos Humberto da Silva Filho está usando a tecnologia. Ele já sofreu racismo quando alugou um quarto no apartamento dele através de uma plataforma digital de reservas. Na verdade, Carlos afirma que os hóspedes não esperavam ser recebidos por um negro.
“Entraram no quarto e quando desci pra comprar algumas coisas, tinha um bilhete dizendo que não era o que eles esperavam. Na verdade, eles não esperavam ser recebidos por um negro”, conta o empresário.
Com isso, ele resolveu transformar a experiência ruim em proposta para mudança. Criou uma plataforma de reservas de hospedagens voltada principalmente para o público negro. Mas, claro, qualquer pessoa pode usar o serviço.
O cliente precisa fazer um cadastro simples para encontrar vaga em hotéis, hostels, pousadas e residências. Quem deseja oferecer a casa precisa passar pela checagem da startup.
Denys Botelho, por exemplo, recebe hóspedes do mundo todo em seu hostel, em São Paulo. Entrou na plataforma para ressaltar o que o espaço tem de melhor: a boa convivência.
“Todo mundo hoje aqui pra entrar tem que entender que todo mundo é igual. Então vai ser recebido da melhor maneira possível”, explica Denys.
Carlos cobra dos estabelecimentos 10% de reserva feita pelo site. Ele não revela o faturamento. Mas já tem cerca de 2 mil clientes cadastrados, em 70 cidades brasileiras, 74% são mulheres, negras ou não. Além de intermediar a hospedagem, a startup quer garantir que o atendimento a clientes negros seja satisfatório e sem preconceito.
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