EUA têm ato neonazista anti-imigração e a favor de uma “nação de puro sangue branco” comandado pelo Ku Klux Klan

No meio da tarde, centenas de neonazistas e racistas da Ku Klux Klan marcham empunhando suásticas no centro de Knoxville, Tennessee. Não, não estamos na era da segregação. O evento está marcado para hoje.

 

O partido neonazista Movimento Nacional Socialista (NSM, na sigla em inglês) e os ultrarradicais da KKK –grupo que cometeu uma série de assassinatos e atrocidades contra negros no século passado, quando lutava contra o fim da segregação e o movimento de direitos civis– embarcaram juntos na onda do movimento anti-imigração que se espalha em solo americano, participando de uma série de atos pelo endurecimento das leis contra ilegais.

O tema da imigração não é novidade para os dois grupos, mas os holofotes crescentes induziram a um aumento no número de marchas nos últimos meses.

Só neste ano, o NSM afirma já ter feito cerca de 15 protestos em várias cidades americanas.

Para a marcha marcada para 15h de hoje em Knoxville (16h em Brasília), a expectativa é de 350 participantes.

Se a penetração não é significativa em termos populacionais, as ações chocam pela tranquilidade com que se pregam o racismo e a segregação à luz do dia, em pleno século 21. E chamam atenção no momento em que o debate sobre o que é “ser americano” esquenta.

“Não toleramos a invasão estrangeira de nosso país. Devolver os “criminosos” a seus países é a única coisa que aceitaremos”, diz o NSM.

PURO SANGUE BRANCO

Imigrantes indocumentados não são os únicos que o partido quer “devolver”. O principal objetivo do NSM é criar uma “nação de puro sangue branco”, em que apenas arianos de ascendência europeia seriam cidadãos.

O resto –negros, latinos, asiáticos etc.– seria enviado para a África, América Latina ou onde quer que os arianos julguem ser seu lugar.

Charles Wilson, porta-voz do NSM, manifestou vontade inclusive de deportar esta repórter. “Você não prefere voltar a seu país e ser governada por sua própria gente?”

O NSM também se disse “satisfeito” em anunciar que haverá uma cerimônia de hasteamento de suásticas.

“O que eu digo para quem critica a suástica é: vá estudar”, disse Wilson. “É um símbolo religioso, é como colocar uma cruz na rua. É muito anterior a Hitler.”

Não que tal associação seja um problema. O NSM diz que Hitler “estava certo em muitas coisas”.

Fonte: Folha de São Paulo

+ sobre o tema

Poesia: Ela gritou Mu-lamb-boooo!

Eita pombagira que riscaseu ponto no chãoJoga o corpo...

Geledés participa do I Colóquio Iberoamericano sobre política e gestão educacional

O Colóquio constou da programação do XXXI Simpósio Brasileiro...

A mulher negra no mercado de trabalho

O universo do trabalho vem sofrendo significativas mudanças no...

para lembrar

Mackenzie expulsa estudante que gravou vídeo armado e ameaçou matar negros

Pedro Baleotti, eleitor de Jair Bolsonaro, divulgou um vídeo...

Urban Outfitters é acusada de racismo

Mais uma da Urban Outfitters! Depois de ser processada...

Shopping de área nobre de SP quer apreender crianças de rua e entregar para PM

Estabelecimento no bairro de Higienópolis, uma das regiões mais...
spot_imgspot_img

Quanto custa a dignidade humana de vítimas em casos de racismo?

Quanto custa a dignidade de uma pessoa? E se essa pessoa for uma mulher jovem? E se for uma mulher idosa com 85 anos...

Unicamp abre grupo de trabalho para criar serviço de acolher e tratar sobre denúncias de racismo

A Unicamp abriu um grupo de trabalho que será responsável por criar um serviço para acolher e fazer tratativas institucionais sobre denúncias de racismo. A equipe...

Peraí, meu rei! Antirracismo também tem limite.

Vídeos de um comediante branco que fortalecem o desvalor humano e o achincalhamento da dignidade de pessoas historicamente discriminadas, violentadas e mortas, foram suspensos...
-+=