Filme de Nigel Cole relembra protesto de mulheres por igualdade

Um filme que relembra como um grupo de operárias desafiou a montadora Ford, em 1968, ao exigir paridade salarial com homens, estreia na Grã-Bretanha nesta semana e já chega com resenhas favoráveis.

 

Made in Dagenham (Feito em Dagenham, em tradução literal) é dirigido por Nigel Cole, que obteve sucesso com As Garotas do Calendário — uma outra abordagem sobre mulheres reivindicando seus direitos.

Sally Hawkins é a protagonista, no papel de Rita, uma pacata maquinista que desafia a política da empresa de pagar às mulheres menos do que aos homens. Ela começa a atrair a atenção da mídia do país e de líderes políticos.

A greve interrompeu a produção da fábrica da Ford em Dagenham e, por fim, as mulheres acabaram conseguindo ter aumentos salariais. Segundo especialistas, foi uma ação decisiva para que o Parlamento britânico aprovasse o Projeto de Paridade Salarial, de 1970.

Para Hawkins, a história é um tributo à coragem das mulheres dispostas a correr o risco de despertar a ira de seus empregadores e colegas para obter a igualdade entre os sexos no ambiente de trabalho.

– Eu acho que será sempre uma luta que precisa ser travada, infelizmente –, disse ela, durante a recente pré-estreia.

– Mas acho que chegamos tão longe. Quando se revê a história recente, uma história que se pode quase tocar, e da qual pessoas da nossa convivência ainda se lembram –, disse.

– Quando a gente se recorda das coisas que elas eram obrigadas a aguentar…a gente pensa, bem, onde estaríamos sem elas.

Assim como Hawkins, a coadjuvante Rosamund Pike diz que a verdadeira igualdade ainda não foi conquistada.

– Seja qual for a razão, ainda recebemos menos e é uma luta que vale à pena ser lutada –, afirmou.

Bob Hoskins, que interpreta o simpático presidente do sindicato, diz que se lembra da cobertura feita pela mídia dos incidentes que se passaram há mais de 40 anos.

– Em 68, eu me lembro de ver na página 5 do jornal um artigo pequeno — era sobre essas mulheres que estavam entrando em greve por igualdade salarial em Dagenham –, disse.

– Eu pensei, espere um pouco, isso deveria ser notícia de primeira página, mas nunca foi. Sabe, era ultrajante.

Indagado se algumas das mulheres envolvidas com o protesto original haviam visto o filme, o diretor Cole afirmou:

– Elas viram e nós ficamos bem assustados –, afirmou.

– A expectativa era grande, mas fico feliz em dizer que elas adoraram. Elas sentiram que o filme capta o senso de humor delas. Nós também conseguimos contar a história delas de uma maneira que elas reconheceram.

 

 

Fonte: Correiodobrasil

+ sobre o tema

Descendente da escravidão, trabalho doméstico ainda tem maioria de negras

Por: Roberta Lopes, da Agência Brasil Brasília - Mulheres negras...

Nove exemplos de machismo cotidiano que deveriam ser erradicados

A feminista Laura Bates fundou o site Everyday Sexism...

Luta por terra é essencialmente feminista, diz pesquisadora de Gana

Em entrevista, Dzodzi Tsikata analisa pressão das transnacionais na...

para lembrar

4 razões pelas quais a publicidade deveria abraçar (mesmo!) a diversidade

Estudos acadêmicos podem ser fascinantes... e muito confusos. Decidimos...

ABGLT denuncia homofobia em comercial de cerveja ao Conar

Toni Reis, presidente da ABGLT, explica por que, para...

Fronteiras da diferença: raça e mulher no Brasil.

Resumo Neste artigo a autora analisa a invisibilidade da raça...

Para evitar o retrocesso

Segundo a Organização Mundial da Saúde, estima-se que 35%...
spot_imgspot_img

Sueli Carneiro analisa as raízes do racismo estrutural em aula aberta na FEA-USP

Na tarde da última quarta-feira (18), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) foi palco de uma...

O combate ao racismo e o papel das mulheres negras

No dia 21 de março de 1960, cerca de 20 mil pessoas negras se encontraram no bairro de Sharpeville, em Joanesburgo, África do Sul,...

Ativistas do mundo participam do Lançamento do Comitê Global da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver

As mulheres negras do Brasil estão se organizando e fortalecendo alianças internacionais para a realização da Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem...
-+=