A pandemia do novo coronavírus (COVID-19) afetará de forma mais violenta as mulheres, em particular as mulheres negras. A exigência do confinamento reduz suas possibilidades de prover as necessidades básicas de suas famílias, e aumenta o risco à violência doméstica. Neste sentido, consideramos fundamental disseminar informações e orientações específicas sobre a pandemia, de forma a proteger o direito à vida, à alimentação, à água e demais direitos às mulheres e à população negra em geral.
Para o enfrentamento da pandemia do coronavírus, diversas ações estão sendo desencadeadas pelo poder público (federal, municipal e estadual) que buscam minimizar os impactos econômicos do confinamento na vida das pessoas. Além disso, pessoas, redes, coletivos, comunidades e organizações da sociedade civil realizam diversas iniciativas de solidariedade para que as populações mais vulneráveis consigam suportar os efeitos da pandemia em suas vidas.
São ações e informações que precisam ser amplamente divulgadas e acessadas pelas mulheres, principalmente aquelas que vivem nas localidades em que o poder público se faz ausente, além de diferentes ordens de impedimentos que atuam para que a informação não seja disponibilizada para elas. Para estas situações, a solidariedade é um instrumento que faz toda a diferença para as mulheres.
Para fazer frente a essa demanda, Geledés está articulando sua rede de Promotoras Legais Populares-PLPs, agentes multiplicadoras de cidadania, isto é, são mulheres comprometidas com suas comunidades e com a sociedade, que escutam, orientam, dão conselhos e auxiliam as mulheres no acesso à justiça e aos serviços de defesas de seus direitos.
No contexto do coronavírus no Estado de São Paulo, as PLPs atuarão no levantamento de dúvidas e necessidades das mulheres das comunidades periféricas no acesso aos benefícios públicos; sobre as ações de solidariedade em suas comunidades e regiões; informações sobre violência doméstica e orientações para a proteção de mulheres e crianças.
As PLPs complementam a ação necessária da assistência social que a conjuntura exige, resguardando a concepção de direitos que orienta a visão social de Geledés: atuar em defesa das mulheres e da população negra em geral, para a efetivação da equidade e da igualdade.