Pela primeira vez, governo holandês não compareceu às celebrações que relembram o passado escravista do país, que acontecem em 1º de julho. Desde 2002, as comunidades de surinameses e caribenhos que vivem na Holanda, e juntamente com holandeses, realizam diversos atos em Amsterdã, em memória das vítimas da escravidão.
A comunidade afro-descendente que vive na Holanda acredita que relembrar a escravidão é tão importante quanto relembras as vítimas da segunda guerra mundial. E a ausência de um representante do governo holandês foi classificada pelos organizadores como vergonhosa.
Em mais de 200 anos, a Holanda comercializou cerca de 500 mil africanos, que eram obrigados a abandonar seus lares para trabalhar pesado e sem nenhuma remuneração em continente americano. Em 1º de julho de 1863, colocava-se um fim à escravidão.
Cortes orçamentários
Nesse ano, além da ausência de um representante do governo, o evento foi marcado pela notícia que o NiNsee, o instituto nacional para o passado escravista, corre o risco de ser fechado. O governo holandês pretende cortar os subsídios destinados ao NiNsee a partir de 2013.
Para a sub-prefeita da zona leste de Amsterdã, Andrée van Es, o NiNsee é indispensável por disponibilizar material para que as crianças na escola aprendam com profundidade sobre a história da escravidão.
De fato, as gerações anteriores não tiveram esse tipo de formação, conforme discursou o ex-ministro da cultura, Ronald Plasterk, durante o mesmo evento, mas em 2007. De acordo com o ex-ministro, a Holanda dá pouca atenção ao passado escravista.
A abolição da escravatura também é celebrada em diversos países. Nas ilhas caribenhas colonizadas pela Inglaterra, por exemplo, o “dia da Emancipação” é celebrado em 1º de agosto. A Inglaterra pôs fim à escravidão em 1º de agosto de 1834.
Fonte: RNW