Janot defende enquadrar homofobia como crime de racismo

O procurador-geral da República afirma que existe “clara ausência” de norma que regulamente a questão, o que torna inviável o exercício da liberdade de orientação sexual e identidade de gênero

A homofobia deve ser enquadrada como crime de racismo, na avaliação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na falta de uma lei específica sobre o tema, Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) manifestação favorável para aplicar as penas de racismo nos casos de homofobia e transfobia. A pena para quem pratica, induz ou incita a discriminação ou preconceito de raça, cor, religião ou procedência nacional, pela lei, é de reclusão de 1 a 3 anos e multa.

O procurador considerou que a alternativa seria aplicar as sanções previstas no Projeto de Lei 122, de 2006, que criminaliza a homofobia; ou o Projeto de Código Penal que tramita no Senado, até que o Congresso Nacional edite legislação específica. No parecer, Janot afirma que existe “clara ausência” de norma que regulamente a questão, o que torna inviável o exercício da liberdade de orientação sexual e identidade de gênero.

Prazo

A avaliação do procurador é de que a legislação atual não dá conta da discriminação em razão de orientação sexual. Para Janot que considera “patente” a duração excessiva no Legislativo da proposta sobre o tema, é importante que o Supremo se manifeste para acelerar a produção normativa que criminaliza a homofobia.

Por isso, afirma no parecer que cabe a fixação de prazo razoável para que o processo legislativo se encerre. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) sugere que o prazo seja de um ano. A associação entrou no STF com a ação pedindo a criminalização.

Fonte: O Tempo

+ sobre o tema

Em votação histórica, Argentina aprova aborto na Câmara de Deputados

Mudança na lei recebeu 129 votos a favor e...

Aluno que praticou atos homofóbicos contra professor é condenado na UFMA

Glecio Machado Siqueira receberá indenização de R$ 7 mil...

As 5 mulheres mais influentes da história no mundo, segundo pesquisa

Leitores da revista BBC World History elegeram as mulheres...

para lembrar

Homossexualidade e candomblé

A presença de gays na religião afro sempre foi...

Ana Flávia Magalhães é empossada como diretora do Arquivo Nacional

A historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto foi empossada como...

Publicidade da Tiffany’s contempla casais gays

A joalheria norte-americana Tiffany & Co. teve uma excelente ideia publicitária,...

Catadora relembra ‘massacre de autoestima’ em lixão de Gramacho

"Difícil não foi conviver com o lixo, difícil foi...
spot_imgspot_img

Mãe Meninazinha de Oxum dará aula magna em projeto de pesquisa na Unirio

A carioca Maria do Nascimento, Mãe Meninazinha de Oxum, 87 anos, iyalorixá do Ilê Omolu Oxum, dará a aula magna segunda-feira, 31 de março,...

Salas Lilás vão atender mulheres vítimas de violência no interior

O governo federal lançou nesta terça-feira (25) uma política nacional para padronizar, criar e expandir as chamadas Salas Lilás, de atendimento e promoção dos direitos das...

Sueli Carneiro analisa as raízes do racismo estrutural em aula aberta na FEA-USP

Na tarde da última quarta-feira (18), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) foi palco de uma...
-+=