quinta-feira, março 23, 2023
InícioQuestão RacialViolência Racial e PolicialJustiça libera em menos de 24 horas PMs suspeitos de execução no...

Justiça libera em menos de 24 horas PMs suspeitos de execução no Andaraí, Zona Norte do Rio

Juíza acolheu pedido feito pelo Ministério Público, que considerou frágil o pedido de prisão. Segundo a Polícia Civil, os policiais militares prenderam e depois mataram dois bandidos.

Policiais militares suspeitos de ter executado dois homens que já haviam sido rendidos foram liberados menos de 24 horas depois de ter ido para a cadeia.

Por meio de fotos, a Polícia Civil descobriu que os PMs armaram um falso tiroteio e ainda mentiram em depoimento.

A juíza Ariadne Vilela Lopes acolheu um pedido do Ministério Público (MP). Na decisão, ela afirma que os fatos elencados pelo MP cumpriram seu dever legal.

A juíza cita, ainda, o excludente de ilicitude – um artigo do código penal que exclui a culpa em caso de exercício regular da profissão ou legítima defesa. O que, segundo a Polícia Civil, não foi o caso.

A suspeita é de que os policiais Bernanrdo Costa de Azevedo, Marlon Henrique Souza, Anderson Ricardo da Silva, Thiago Lira da Rocha e Jonathan da Silva tenham matado dois traficantes por vingança no Andaraí, Zona Norte do Rio.

Os mortos foram identificados como Carlos Alberto Vital e Anderson da Silva. Os PMs relataram à Polícia Civil, em primeiro depoimento, que estavam em uma área de mata quando foram foram surpreendidos e atacados por cinco bandidos.

Os militares admitiram ter disparado mais de 60 vezes usando fuzis.

Na delegacia, os policiais afirmaram, também, que dois homens foram presos, um menor apreendido e outros dois homens acaram feridos e levados a um hospital.

No entanto, o pedido de prisão dos PMs traz outras versão.

O documento diz que fotos comprovam que os traficantes que acabaram mortos estavam algemados e usando as mesmas roupas com as quais seus corpos foram encontrados.

Para a Polícia Civil, não restam dúvidas de que os policiais algemaram os homens e que as mortes não ocorreram em confronto ou em legítima defesa.

O RJ1 apurou que os PMs levaram os bandidos para uma cabana em um local de mata fechada. Lá, atiraram para o alto, simulando um confronto.

Ainda de acordo com a apuração do RJ1, os PMs disseram que dois bandidos seriam assassinados. Por fim, eles ainda teriam obrigados três suspeitos a carregarem os corpos dos comparsas mortos.

Os PMs ficaram presos por menos de 24 horas no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói, Região Metropolitana do Rio.

Por meio de nota, o MP afirmou entender que os indícios aos quais teve acesso eram frágeis – por isso pediu a liberdade provisória dos policiais.

A PM afirmou que colabora com as investigações da Polícia Civil, que há uma investigação interna por meio de um Inquérito Policial Militar sobre o caso e que os policiais estão afastados das ruas.

Artigos Relacionados
-+=
PortugueseEnglishSpanishGermanFrench