Lélias em movimento

Lélia Gonzalez  é referência internacional nos estudos interseccionais de gênero, raça e classe. A filósofa e feminista estadunidense Angela Davis sempre quando em visita ao Brasil, não deixa de reverenciar a genialidade da intelectual brasileira, que é também uma de suas grandes referência sobre o feminismo afrolatinoamericano. Davis, em 2019, realizou uma pergunta às mulheres brasileiras sobre o porquê de procurarmos nas estadunidenses outras possibilidades de luta, sendo que no próprio Brasil o ineditismo de Lélia e de tantas outras mulheres negras estão fervilhando rebeldias únicas. Gonzalez inspira, além de deixar um grande legado, abriu passagem para uma contribuição enorme que perpassa e tem fertilidade em todas as áreas do conhecimento.

No último ano assistimos o aumento do interesse do mercado editorial brasileiro nos escritos da mineira que lançou as bases para o movimento antirracista no Brasil bem como também para o de mulheres organizadas, como defende Jolúzia Batista, do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA). Isso demonstra ainda mais a relevância dessa mulher negra que atuou fortemente no Brasil dos anos 80 e que ainda mobiliza produções e discussões sobre o que é ser mulher no Brasil.

Pensando nisso, convidamos algumas representantes de organizações atuantes pela transformação das relações de gênero, raça e classe no país para contar um pouco sobre a contribuição de Lélia Gonzalez ao movimento de mulheres organizadas. Confira:

Ana Lúcia da Rocha, Iêda Leal e Jolúzia Batista são mulheres que dão continuidade ao legado de Lélia Gonzalez e que toparam compartilhar com a gente sobre como essa intelectual se faz viva ainda hoje, com o mundo se transformando constantemente. As Lélias Gonzalez de hoje demonstram que o Brasil da década de 80 nem está tão longe assim e que estar organizada é essencial.

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