Mahany Pery apontada pela revista Vogue americana como a modelo mais promissora do pais

O que têm em comum as esburacadas calçadas de São Gonçalo e a passarela da São Paulo Fashion Week? Acerta quem aposta nas pessoas que passam numas e na outra. Modelos de destaque internacional surgem na cidade e a “new face” queridinha do mundo da moda é Mahany Pery, uma jovem de 18 anos que foi apontada pela revista “Vogue” americana como uma das modelos mais promissoras da nova geração brasileira. A publicação é a mais importante da moda mundial.

Mahany foi a recordista da semana de moda paulistana de abril do ano passado, desfilando por 14 marcas. Hoje, com menos de dois anos de carreira, já é queridinha de estilistas, como Alexandre Herchovitch, Vitorino Campos e Ronaldo Fraga, e tem duas capas de revista no currículo, uma da Elle nacional e outra da ED, do Chile.

A moda, no entanto, nunca foi o foco da menina, que levava na brincadeira quando algum professor dizia que ela tinha porte para modelo. Com o passar dos anos e com o nascimento de cinco irmãos, o mundo fashion foi antes uma solução do que uma paixão.

— Hoje eu gosto, leio sobre, entendo do negócio. Mas quando eu comecei era tudo um turbilhão que não se encaixava na minha cabeça. Ainda assim, insisti. Meus pais investiram o pouco que podiam. Eles me ajudaram a ajudar a família — revela a filha mais velha da ex-ambulante Tatiane Pery, de 34 anos: — Eu vi que era o jeito de levantar minha família. E está dando certo.

Musa inspiradora

A busca pelo mundo da moda começou aos 16 anos, depois da morte da avó, numa data próxima ao seu aniversário. Como presente, a jovem ganhou da mãe um book fotográfico.

— Foi aí que eu vi que existia uma possibilidade. Minha estatura, meu físico, tudo que me rendeu o apelido de “Avatar” na escola poderia ser usado para uma coisa boa. Procurei agências pequenas, que eu podia pagar, mas que não deram em nada. Até que um dia eu vi a história da Sandra Passos, que era catadora no lixão aqui de São Gonçalo e virou modelo famosa. Busquei a mesma agência (School Models, em Niterói) e começou a funcionar — explica Mahany.

Além de buscar um profissional sério, Mahany também procurou prestar atenção ao que era tendência. Num ímpeto, raspou a cabeça. Era final de 2014 e os fios nunca mais cresceram:

— Eu já tinha ido a São Paulo em busca de trabalho e não consegui nada. Até na minha atual agência (40 Graus) eu não tinha sido aproveitada. Quando raspei a cabeça, a coisa mudou. Ser modelo tem muito de atitude também.

O primeiro trabalho profissional de Mahany foi para “O Globo”, num projeto de verão. Só na publicação carioca, já tem pelo menos duas capas para o caderno “Ela”.

 

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