Na última quinta feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) afirmou estar “horrorizado” frente aos relatos de que mais de 50 refugiados somalis teriam se afogado no fim de semana, quando o barco em que estavam naufragou quando atravessava o Golfo do Áden para o Iêmen.
De acordo com o comunicado de imprensa publicado pela Agência da ONU, 54 dos mortos ou desaparecidos eram refugiados somalis, incluindo seis crianças, enquanto os três restantes eram contrabandistas. O comunicado informou que o incidente ocorreu no domingo e que só um homem havia sobrevivido.
Essas pessoas estão esperando para entrar em um barco que as levará através do Golfo do Áden. Muitas pesssoas morreram durante essa jornada. Foto: © ACNUR/ A.Fazzina.
“Baseado no que sabemos até agora, esta é a maior perda de vidas ocorrida em um único incidente no mar entre a Somália e o Iêmen desde janeiro de 2008”, o ACNUR afirmava em seu comunicado. Naquela ocasião, traficantes forçaram 135 pessoas a entrar em um barco, provocando seu naufrágio – 114 pessoas se afogaram.
“Estamos horrorizados com esta última tragédia que aumenta o terrível sofrimento da população somali”, adicionou o Alto Comissário da ONU para Refugiados. “O Golfo do Áden continua sendo uma das rotas mais mortais para aqueles que fogem da combinação fatal de conflito, violência e abusos dos direitos humanos no Chifre da África”.
O único sobrevivente de 42 anos nadou por quase um dia até alcançar a costa iemenita, próximo ao porto de Bir Ali, a 400 quilômetros ao leste do Áden. Até a tarde de quarta feira 23 corpos tinham sido recuperados desde que as buscas foram iniciadas pela Marinha iemenita.
O sobrevivente, que fugia da violência em Mogadishu com sua mulher e três filhos, disse que começou entrar água no barco depois que foi atingido repetidamente por violentas ondas, e que, em certo momento, ele virou. Somente nove homens, incluindo os três contrabandistas, sobreviveram a esse momento se agarrando em tanques plásticos. O sobrevivente não sabe o que aconteceu com essas pessoas.
Ele foi assistido pelo parceiro local do ACNUR, a Society for Humanitarian Solidarity
Com estas mortes recentes, sobe para 89 o número conhecido de pessoas que se afogaram ou desapareceram nas perigosas águas entre a Somália e o Iêmen em 2011. Todos os somalis que chegaram ao Iêmen pelo mar através de travessia irregular são considerados refugiados.
Fonte: Google