Maria Marighella se torna a primeira presidente nordestina da Funarte

Enviado por / FonteDa Revista Marie Claire

Vereadora e neta do guerrilheiro Carlos Marighella, morto há 53 anos, foi nomeada durante posse da ministra da Cultura, Margareth Menezes. Vereadora de Salvador, ela tem experiência na coordenação e direção de diversos espaços culturais da Bahia

A vereadora baiana Maria Marighella foi a escolhida pela ministra da Cultura Margareth Menezes para presidir a Fundação Nacional das Artes (Funarte). O nome da nova presidente foi anunciado durante a posse de Margareth, realizada em Brasília na última segunda-feira (2).

Assim, Marighella se torna a primeira mulher nordestina da história a comandar a fundação. Ela é apenas a segunda mulher a chegar ao cargo, depois da empresária Edméa Falcão, que aturou à frente do órgão entre 1983 e 1984.

Nesta terça-feira (3), ela foi ao Twitter para dizer que aceitou o cargo “com a tarefa irrefutável de retomarmos a construção da Política Nacional das Artes, interrompida pelo golpe de 2016, e conectarmos essas políticas ao Brasil do futuro”.

“Assumo com muita honra a missão que me foi confiada pela Ministra Margareth Menezes – a quem celebro e agradeço. É uma grande responsabilidade ser a primeira mulher nordestina a ocupar esta Presidência”, escreveu Marighella na rede social.

A veia política de Maria Marighella vem de berço. Ela é neta do guerrilheiro Carlos Marighella, morto por militares em novembro de 1969. Figura revolucionária, foi um dos principais opositores da ditadura durante sua vigência. Ele enfrentou o regime junto da organização de luta armada que fundou em 1968, a Ação Libertadora Nacional (ALN).

Maria também é atriz e ativista da cultura. Ao longo de sua trajetória, foi gestora do Ministério da Cultura durante a gestão do ex-ministro Juca Ferreira, durante os outros governos dos presidentes Lula Dilma Rousseff. Também foi coordenadora de teatro da Funarte e da Fundação Cultural do Estado da Bahia, e dirigiu diversos espaços culturais da Secretaria de Cultura da Bahia.

Em 2020, foi eleita vereadora em Salvador pelo PT. Durante sua atuação, apresentou o projeto de lei nº176/2021, que visava associar o dia 28 de maio ao Dia Internacional da Higiene Menstrual no calendário de eventos da capital baiana. O intuito era de realizar atividades e programações para ampliar a discussão e normalização da menstruação. Também se posicionou de maneira contundente pela justiça e preservação da memória das vítimas da ditadura militar no Brasil. Em 2022, foi candidata à deputada federal, mas não foi eleita.

+ sobre o tema

Mulher é a primeira negra a concluir doutorado em educação na UFSM

Maria Rita Py Dutra defendeu tese sobre inserção de...

Evento: Memórias, Poéticas e resistências do carnaval Afro-paulistano

O Núcleo de Pesquisa e Educação Patrimonial em Territórios...

Nove filmes para debater a violência contra a mulher

Tema ainda é pouco abordado nos cinemas. Com a...

para lembrar

Oprah Winfrey completa 70 anos com um império de R$ 17 bilhões

A apresentadora, empresária e atriz Oprah Winfrey completa 70...

Quando os estupros vão chocar a África do Sul?

O jovem de 22 anos estava sentado dentro de...

Quem é Naomi Wadler, que aos 11 anos luta por vítimas ‘que não aparecem no jornal’

Dias antes de viralizar e ficar conhecida no mundo...
spot_imgspot_img

A médica brasileira que lutou por negros nas universidades muito antes da Lei de Cotas

"Dizemos com muito orgulho e responsabilidade: nós somos brasileiros vivos. Não queremos mais, queremos o igual", discursou a médica Iracema de Almeida (1921-2004) na...

Me Too Brasil recebeu denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida

A organização Me Too Brasil afirmou nesta quinta-feira que o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi acusado de assédio sexual. Em nota, o...

“Minha literatura convoca todo mundo”, afirma Conceição Evaristo

Conceição Evaristo se emociona escrevendo. Chora, precisa levantar e retomar o fôlego ao fim de uma cena particularmente dolorosa. Edifica os personagens como quem...
-+=