Ministro evita entrar em polêmica e ganha apoio da UNEGRO

S. Paulo – Indiferente à polêmica em torno do nome do seu substituto a partir de abril, quando deixa o cargo para ser candidato, o ministro chefe da Seppir, deputado Edson Santos (PT-RJ), cumpriu nesta quinta-feira (25/02), uma extensa agenda que começou pela manhã participando da Oficina de Planejamento da Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT, no Hotel Braxton, prosseguiu à tarde numa reunião com a Comunidade de Terreiros, e terminou à noite com uma visita à Universidade Zumbi dos Palmares.

O ministro não quis comentar a decisão de lideranças negras do PT que, reunidas no 4º Congresso do Partido, no último fim de semana, em Brasília, decidiram encaminhar documento propondo que o Presidente Luis Inácio Lula da Silva, escolha o seu substituto numa lista tríplice composta pelo atual secretário adjunto, Elói Ferreira de Araújo, pelo Subsecretário de Ações Afirmativas, Matvs Chagas, e pelo ex-dirigente da Seppir, na gestão Matilde, João Carlos Nogueira. “Sucessão, não”, brincou o ministro, levantando as mãos para o alto num gesto de defesa.

Ele já disse que, ao comunicar o nome do novo titular a partir de sua saída – o seu Adjunto – apenas cumpre orientação do Palácio do Planalto. “Essa é a orientação do Presidente”, afirmou.

Defesa

A defesa da posição do ministro veio do coordenador geral da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), Edson França, para quem os setores do PT que propõem a lista tríplice estão “desestablizando o critério definido pelo Presidente da República”. “A nossa preocupação e a nossa defesa é que não haja turbulências. Não se trata de uma reforma ministerial. Trata-se de um critério inteligente, um critério justo. Não se trata de discutir nomes. Não podemos transformar numa discussão de nomes. Esse é um critério construído pelo presidente para todos os ministérios. Não pode ser diferente na Seppir”, afirmou.

França confirmou a reunião da executiva nacional da UNEGRO com o ministro na semana passada em que o assunto foi discutido, segundo informou a Afropress. Da reunião, além de França, participaram a vereadora baiana, Olívia Santana, e o Subsecretário de Comunidades Tradicionais, Alexandro Reis.

Segundo França, a UNEGRO – articulação política de lideranças negras filiadas ou próximas ao PC do B – está plenamente contemplada na atual gestão da Seppir. “Estamos a um passo das eleições e da saída do ministro. Nos sentimos responsáveis de falar isso para o ministro. Nunca nos sentimos discriminados e achamos que o companheiro Elói, o secretário adjunto deve concluir a gestão. Temos de olhar prá frente e caminhar. A Seppir precisa se fortalecer”, acrescentou.

C
Afropress apurou que a insatisfação surgida no Congresso do PT, não é unânime entre as principais lideranças da Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) – articulação que reúne a maioria das lideranças negras petistas -, embora esse tema hoje mobilize a base majoritária das Secretarias Estaduais de Combate ao Racismo do Partido. 

Uma importante liderança da CONEN de S. Paulo, por exemplo, considera que o questionamento do nome do substituto do ministro – no caso o seu Adjunto, Elói Araújo – ignora que trata-se de uma orientação do próprio Presidente para que se evitar mudanças na estrutura dos ministérios em um ano que todas as atenções estarão voltadas para as eleições.

Na CUT

Pela manhã no Hotel Braxton, da Rua Augusta, o ministro dividiu a mesa – coordenada pela dirigente da Central, Maria Júlia Reis Nogueira – com os deputados Vicente Paulo da Silva, Vicentinho, e Janete Pietá, e disse que a participação das centrais sindicais no Seminário e Audiência Pública convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na semana que vem, serão fundamentais para que o tema das cotas e ações afirmativas – seja melhor entendido pelos ministros do STF.

A oficina reuniu representantes cutistas da maioria dos Estados e continua nesta sexta-feira (26/02.


Vicentinho alertou os sindicalistas a se engajarem na luta contra o racismo. “Nós temos o racismo nas nossas Igrejas, na nossa Escola, no Movimento Sindical e a existência dessa Comissão é um exemplo do grande salto de qualidade que temos dado”, afirmou.

Já a deputada Janete Pietá disse que a luta dos sindicalistas da CUT deve ter em vista a continuidade do projeto político do Governo Lula. ‘Se o PSDB ganhar vão acabar com a Seppir”, disparou.

Na Assembléia


À tarde, o ministro participou no Auditório Franco Montoro, da Assembléia, de uma audiência com lideranças das comunidades de terreiro. A audiência foi o primeiro encontro do ministro com lideranças da Umbanda e Candomblé de S. Paulo. Ele ouviu as reivindicações de lideranças e um depoimento emocionado do presidente da Federação Umbandista do ABC, Pai Ronaldo Linares. 

O líder umbandista disse ter sido mal interpretado em entrevista que deu ao Jornal O Estado de S. Paulo, quando falou do adiamento do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa e negou que tenha feito críticas a ministra chefe da Casa Civil e candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.

A audiência reuniu lideranças da Umbanda e do Candomblé, como Pai Guimarães, que foi candidato pelo DEM nas últimas eleições, e teve na mesa tucanos, como a coordenadora da CONE, Maria Aparecida de Laia.

Fonte: Afropress

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