Mulheres protestam contra atitude racista de O Boticário em Curitiba

A enfermeira Juliana Mittelbach denunciou o caso à Polícia Civil

Por Franciele Petry Schramm, do Brasil de Fato

Em solidariedade à enfermeira, cerca de 50 mulheres se reuniram em frente à loja do Boticário, no centro de Curitiba. /Foto:  Edvan Carlos Lima

Cerca de 50 pessoas se reuniram na noite desta quarta-feira (3), em frente à loja do Boticário na Rua XV de Novembro, em Curitiba, para protestar contra as atitudes racistas tomadas pela franquia da empresa de cosméticos curitibana. A mobilização foi convocada pelas redes sociais e reuniu mulheres que, por meio de pronunciamentos e músicas, repudiaram o episódio.No último dia 24 de abril, a enfermeira e militante da Marcha Mundial de Mulheres, Juliana Mittelbach, foi vítima de racismo enquanto frequentava a loja no centro da cidade. Ela foi ao local para comprar um lápis de olho, mas as vendedoras demonstraram má vontade de atender a militante e negaram que houvesse o produto. Minutos após a mulher deixar a loja, uma amiga voltou ao local para procurar o mesmo cosmético. Sua amiga, branca e loira, chegou a tirar fotos dos três tipos de lápis que foram oferecidos a ela.

Com megafone, enfermeira Juliana Mittelbach participou do ato e protestou contra atitude da empresa. (foto: Edvan Carlos Lima)

Juliana denunciou o caso à Polícia Civil, e fez o relato da situação nas redes sociais. Milhares de pessoas reagiram à publicação no Facebook, e outras centenas prestaram solidariedade nos comentários.

Crime previsto em lei 

A situação vivenciada pela enfermeira se enquadra na Lei Federal nº 7.716/89, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. A legislação estabelece que é crime “recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador”.

Em sua postagem no Facebook, Juliana desabafou. “Muito triste que até o meu dinheiro valha menos do que de uma pessoa branca”. A empresa chegou a entrar em contato com a mulher, se retratando e oferecendo uma cesta de produtos como forma desculpas. A enfermeira não aceitou a proposta e indica a necessidade de outra medida: “A melhor reparação é organizarem formação para seus funcionários e franquias para combater práticas racistas”.

+ sobre o tema

Racismo estrutural: Desemprego entre negros é maior que a média nacional

A taxa de desemprego entre os que se declararam brancos...

Cagliari é multado por gritos de torcedores racistas contra Eto’o

ROMA - O Cagliari foi multado nesta terça-feira...

“RENASCIMENTO AFRICANO” NA EUROPA OU CONSCIÊNCIA POLÍTICA E IDENTITÁRIA?

Fonte: Terra Longe - As coisas, as pessoas e/ou as...

para lembrar

Barbie humana dá entrevista polêmica e é acusada de racismo

  Valeria Lukyanova não está mesmo em uma fase boa....

O branco ante a rebeldia do desejo: um estudo sobre a branquitude no Brasil

Resumo Esta tese O branco ante a rebeldia do desejo...

Promotoria denuncia 5 policiais por alterar cena da morte de Kathlen

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou cinco...

Por que ainda precisamos falar sobre cotas

“…e se tornou o (a) primeiro/primeira da sua família...
spot_imgspot_img

A natureza se impõe

Mundo afora, sobram sinais — de preocupantes a desesperadores — de fenômenos climáticos. Durante a semana, brasileiras e brasileiros em largas porções do território,...

Criminalização e Resistência: Carla Akotirene e Cidinha da Silva discutem racismo institucional no Sesc 24 de Maio 

No dia 16 de outubro, quarta-feira, às 19h, o Sesc 24 de Maio promove o bate-papo Criminalização, encarceramento em massa e resistência ao punitivismo...

Violência política mais que dobra na eleição de 2024

Foi surpreendente a votação obtida em São Paulo por um candidato a prefeito que explicitou a violência física em debates televisionados. Provocações que resultaram...
-+=