Mulheres protestam nos EUA pelo direito ao aborto, no 50ºaniversário de Roe vs. Wade

Enviado por / FonteMarie Claire

Mais de 200 eventos estão sendo realizados neste domingo (22), em todo o país, para protestar contra a decisão da Suprema Corte, que derrubou o direito constitucional ao aborto nos EUA

Mulheres de mais de 46 estados dos Estados Unidos foram às ruas neste domingo (22) para protestar contra a revogação do direito ao aborto, até o ano passado garantido constitucionalmente por uma decisão judicial conhecida como Roe v. Wade –que agora completa 50 anos. A vice-presidente Kamala Harris esteve nas manifestações.

Ela reafirmou durante seu discurso em Tallahassee, na Flórida, a luta pelos direitos reprodutivos em todo o país. “[…] Estamos em uma marcha para cumprir nossa promessa. Para completar o trabalho iniciado. Para garantir liberdade para todos. É preciso determinação e dedicação inabaláveis”, afirmou.

E ainda anunciou uma nova medida do governo que garantirá um aborto seguro, caso exista o desejo de interromper a gestação. “Tenho o prazer de anunciar que o presidente Biden emitiu um memorando presidencial. Membros do nosso gabinete e da nossa administração agora são orientados a identificar barreiras ao acesso [ao aborto] e recomendar ações para garantir que os médicos possam prescrever legalmente, encaminhar as mulheres e para que possam garantir medicamentos seguros e eficazes”, acrescentou.

O presidente Joe Biden se manifestou sobre a data em seu Twitter. “Deixe-me ser claro: o direto de escolha da mulher não é negociável. Não parei de lutar para proteger os direitos reprodutivos das mulheres –e não pararei”, afirmou, cobrando ainda o Congresso para que trabalhe numa legislação em prol do direito ao aborto legal.

Vice-presidente Kamala Harris — Foto: Getty

Mais de 200 eventos em todo o país

De acordo com o The Guardian, são mais de 200 eventos que marcam a data. Desde que a Suprema Corte decidiu, em 24 de junho, derrubar o direito constitucional ao aborto legal, a legislação sobre isso ficou a cargo dos estados, que têm autonomia para decidir. A prática foi, então, proibida ou severamente restringida em 14 estados.

Segundo o USA Today, os protestos estão sendo chamados de Bigger Than Roe (Maior do que Roe, em tradução livre). “A luta está nos estados agora, então é para lá que estamos indo”, informou Rachel O’Leary Carmona, uma das organizadoras e diretora executiva da Marcha das Mulheres.

De acordo com o mapa da ONG, a marcha principal acontece em Madison, no estado de Wisconsin. O local serve para simbolizar como a batalha do aborto no país virou um assunto estadual. A organização justificou a escolha da cidade: “Não estamos deixando de lado o drama em Washington DC [a capital do país]. Estamos mandando uma mensagem clara aos líderes eleitos e à nossa base: vamos aonde a luta está, e isso significa nos estados. Vamos começar por Wisconsin, onde acontecerá uma eleição da suprema corte que determinará o equilíbrio de poder nas cortes estaduais e o futuro do direito ao aborto em Wisconsin”.

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