Pablo Milanés faz dueto com Maria Rita em festival de música latina em SP

Quando se pergunta ao cubano Pablo Milanés qual música de seu último disco, “Regalo” (2008), o público brasileiro deveria conhecer, ele declama os versos de “La Libertad”:

“Uma menina formosa e pura, que nos violam com o passar dos anos; quando cresce por sobre as árvores, sabemos que não vai sobreviver.”

O cantor e compositor de 67 anos, um dos mentores no fim dos anos 60 do movimento Nova Trova, incluiu a canção no repertório que apresentará em São Paulo nesta quarta, 22, no TelefônicaSonidos, encontro de músicos brasileiros com os de outros países latinos.

Entusiasta de primeira hora da revolução, ele vem criticando a falta de liberdade na ilha. Outra música recente, “Dos preguntas de un día”, fala dos quase 2 milhões de cubanos –quase um quinto da população– que vivem como exilados políticos e econômicos.

As canções da Nova Trova falam de amor, política, cotidiano e “todos os temas de um homem imerso na realidade do planeta”.Milanés apresentará cinco músicas de “Regalos” e mais três em dueto com Maria Rita –“Tristeza” (Milton Nascimento), Samba Meu (Rodrigo Bittencourt) e a clássica “Yolanda”, parceria com o amigo Chico Buarque, que visitou no Rio na semana passada.

E continuam, afirma Milanés, tão fortes em Cuba quanto os ritmos tradicionais, como o són, e os regatóns, raps e rumbas da nova geração. “Há públicos diferentes para todas as expressões.”

Existe uma “censura velada” contra as críticas cantadas pelos mais jovens: “Não aparece em decreto, mas não se permite que sejam difundidas [nos meios de comunicação oficiais]”. Por ironia, diz, as mesmas músicas são ouvidas nos shows públicos promovidos pelo Estado.

Milanés chegou ao Brasil há 13 dias, com a quarta mulher e produtora, Nancy. Já tocou no festival de Três Pontas (MG) produzido por Milton, outro amigo brasileiro.

O casal deixou em Havana os gêmeos de 20 meses, Pablo e Rosa Parks (homenagem à heroína da luta contra a segregação racial nos EUA). Milanés, que gravou 31 discos, também é pai profícuo: são nove filhos, incluindo dois ex-enteados que considera como tais.

Ele concorda com Caetano Veloso em que Cuba, Brasil e EUA têm “as mais fortes expressões musicais do mundo”, fruto da confluência europeia e dos escravos trazidos da África. “É uma riqueza extraordinária.”

 

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