PGR recebe denúncia contra Bolsonaro por campanha “O Brasil não pode parar”

O presidente Jair Bolsonaro cometeu crime de infração de medida sanitária, incitando que brasileiros desconsiderassem e descumprissem as medidas impostas para combater o coronavírus. Tanto através de seu pronunciamento à nação, na última terça (24), como no vídeo institucional e na promoção do slogan “O Brasil não pode parar”, a partir de quinta (26).

Por Leonardo Sakamoto, Do UOL

Leonardo Sakamoto. (Foto: RFI/Rui Martins)

A avaliação é da Coalização Negra por Direitos e do Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos que protocolaram uma notícia-crime contra Bolsonaro junto ao procurador-geral da República, Augusto Aras. A primeira parte da denúncia, sobre o pronunciamento, foi realizada na quinta e a segunda, a respeito da campanha que pede para pessoas deixem o isolamento social, nesta sexta.

As organizações defendem que o presidente, repetidamente, vem cometendo o crime previsto no artigo 268 do Código Penal (Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa: pena – detenção, de um mês a um ano, e multa) por conta dessa convocação, o que atentaria contra a saúde da população – e precisa ser responsabilizado criminalmente por isso. Aras deve avaliar se abre investigação a partir da notícia-crime.

Todas justificavam que pessoas não podiam morrer de fome por conta das medidas de contenção do vírus, ignorando que foi o atraso do próprio governo Bolsonaro em implementar medidas de contingência que pode causar uma crise social.

“Noticia-se que a campanha “O Brasil não pode parar” teria, em tese, custo de R$ 4,8 milhões, fato inclusive já comunicado ao Tribunal de Contas da União”, afirma a ação. “Causa profunda estranheza gastar dinheiro público para campanha na contramão do próprio Ministério da Saúde. E mais: consta que a contratação teria sido emergencial abarcada pelo decreto nascido do Estado de Calamidade em decorrência da pandemia de Covid-19”, denunciam os propositores.

Em nota, um dos advogados responsáveis pela notícia-crime, Davi Tangerino, afirma que “o presidente dá sinais contrários às determinações de seu ministro da Saúde, encorajando ações contrárias às determinações sanitárias, usando inclusive o aparato oficial do poder público para isso”.

“Cabe ao procurador-geral da República avaliar, urgentemente, se está presente a figura da incitação ao crime e dar andamento ao caso”, avalia.

As entidades afirmam que, caso Aras se omita diante da situação, eles podem levar o caso diretamente ao Supremo Tribunal Federal. O atual procurador-geral não estava na lista tríplice formada por votação no Ministério Público da União e enviada para decisão do presidente, como era de praxe desde 2003, mas foi escolhido por Bolsonaro ignorando a consulta aos procuradores.

Leia também: 

OAB e entidades de direitos humanos repudiam conduta de Bolsonaro sobre COVID

Justiça proíbe Bolsonaro de adotar medidas contra isolamento social e derruba decretos

Mr. Keynes, o coronavírus e o posto ypiranga

 

+ sobre o tema

Nenê e Carmelo lideram vitória do Nuggets

Fonte: LanceNet - A dupla formada pelo ala Carmelo...

Nota de repúdio contra resolução do Incra que viola direitos quilombolas

Ao reduzir o território por ato administrativo, sem consulta...

Obama vira menino de calças curtas em homenagem na Indonésia

Fonte: G1- Presidente dos EUA ganhou estátua de bronze em...

para lembrar

PMs acusados de matar motoboy têm liberdade negada

  DE SÃO PAULO - O Tribunal de...

Michelle Obama vai lançar álbum com estrelas do hip-hop

Run-DMC, Doug E Fresh, Jordin Sparks e Ashanti estão...

Brasil doa US$ 300 milhões a países pobres

Nações africanas, como Sudão, Somália e Níger, receberão benefício...

Debate sobre os médicos me dá vergonha – Por: Gilberto Dimenstein

O perfil dos médicos cubanos é o seguinte:...

Mortes maternas e de recém-nascidos não têm queda desde 2015, diz OMS

O número de mortes maternas e de recém-nascidos não apresenta queda significativa desde 2015 e chega a 4,5 milhões de ocorrências a cada ano, aponta a OMS...

Fraude na vacinação é falta de caráter

O sérvio Novak Djokovic é o tenista número um do mundo. Aos 35 anos, caminha para uma centena de títulos, 22 deles em torneios...

De Rock in Rio a Lollapalooza, festivais são palco de escravidão há 10 anos

Trabalhadores que garantiam bebidas aos frequentadores de um megafestival multimilionário de música recheado de artistas renomados foram resgatados do trabalho escravo. Eles eram submetidos...
-+=