Primeira mulher trans a liderar bancada no Congresso, Erika Hilton diz que vai negociar ‘de igual para igual’

Deputada assume frente da federação PSOL-Rede, função que antes era ocupada por Guilherme Boulos

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) foi aclamada nesta quarta-feira como líder da bancada da federação PSOL-Rede, que hoje conta com 14 deputados, se tornando a primeira mulher transexual a ocupar esta função na história do Congresso Nacional. Ao assumir a posição, Hilton relatou estar orgulhosa por ter sido indicada de forma unânime.

— Pela primeira vez na história uma mulher trans liderará uma bancada no Congresso e negociará de igual para igual com todos os líderes partidários, na defesa do projeto eleito em 2022 e na base do governo Lula — disse a parlamentar.

Anteriormente, a função era ocupada por Guilherme Boulos (PSOL-SP), que decidiu se ausentar este ano para tocar sua pré-campanha à prefeitura de São Paulo.

— Agradeço Boulos por passar esse bastão após a sua liderança exemplar em 2023, que muito nos orgulhou — disse Hilton.

Em 2022, Erika Hilton e Duda Salabert (PDT-MG) se tornaram as primeiras duas transexuais a serem eleitas no Congresso Nacional.

Com 31 anos de idade, Erika Hilton entrou na política em 2018, quando fez parte da Bancada Ativista, primeiro mandato coletivo eleito na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Na época, atuava ao lado de nove outras filiadas do PSOL e da Rede. Ela conquistou 256.902 votos em 2022.

No pleito de 2020, a parlamentar decidiu disputar de forma individual uma vaga na Câmara Municipal da capital paulista, e recebeu 50.508 votos. O total rendeu a ela o título de vereadora mais votada de São Paulo – a décima com mais eleitores em todo o país. Erika foi também a primeira vereadora trans da cidade.

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