Pela primeira vez os Estados Unidos poderão votar em uma mulher negra para o cargo de vice-presidenta na eleição de 3 de novembro. Kamala Harris, nascida de mãe indiana e pai jamaicano, concentrou sua mensagem política na representação de gênero e origem étnica. “Te vejo. Te escuto”, é seu mantra. Quando diz isso, está olhando diretamente para as garotas dos Estados Unidos. A candidata democrata é uma das 44 mulheres citadas no livro She represents, da jornalista norte-americana Caitlin Donohue, que mora na Cidade do México.
O livro, publicado em inglês pela editora Lerner, traz ilustrações de cada uma das personagens, desde chefas de Governo como Angela Merkel, da Alemanha, e Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, até parlamentares como Tatiana Clouthier, do México, e a chilena Camila Vallejo. Também inclui outras latino-americanas: Carmen Yulín Cruz Soto, prefeita de San Juan (Porto Rico), e Marielle Franco, que foi vereadora no Rio de Janeiro e ativista LGBTQI+ até ser assassinada em 2018.
Donohue, 35 anos, é uma autora estreante. Iniciou a carreira em San Francisco como jornalista cobrindo movimentos sindicais e a cultura hippie na Califórnia. Seu trabalho inclui uma investigação que expôs os abusos sexuais de um conhecido blogueiro daquela cidade. Natural de Austin (Texas), sempre procurou combinar as questões de gênero com a cultura. É autora do primeiro perfil em inglês do cantor de reggaeton porto-riquenho Bad Bunny.