Projeto fotográfico Ibaré Lewá reverência os Orixás e a natureza

Por Erica Azeviche Do Afreaka

O Oxriá é a energia presente nas folhas e florestas. Sem folha não há vida, sem folha não existe Orixá. Com o intuito de afastar os preconceitos e apresentar humildemente a grandiosidade dos Orixás ou forças da natureza, o projeto Ibaré Lewá traz as cores, os sons, os cheiros e os sons das linguagens artísticas ritualísticas que inspiram as obras da iniciativa. Em iorubá Ibaré Lewá significa ‘amizade bonita   entre uma pessoa e seu ancestral.

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Tudo começou em novembro de 2013, quando a artista Erica Azeviche – formada em Artes do Corpo pela PUC-SP vivenciou os costumes Ketu e Efon com a Iyalorisá Maria Helena Ti Yoba na casa de candomblé Àse Egbé Òmò Yoba Tunde, de Pirituba, em São Paulo. Na ocasião a artista e candomblecista aprofundou pesquisas de costumes africanos da antiga civilização iorubana que chegou ao Brasil por meio de pessoas trazidas na condição de escravos. Tais atividades existem hoje no país em mosaicos culturais de encontros entre africanos, indígenas, portugueses etc. Durante os rituais iniciáticos, Erica Azeviche teve a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre seus ancestrais africanos, neste caso, a rainha da sociedade Elekô Yoba.

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Por meio de fotografias, a francesa Claire Jean – parceira no projeto – compartilha seu olhar em lentes que vislumbram o corpo nu em sua naturalidade, assim como pontua a existência humana como parte da natureza e não como um ser que a tem. Para compor este cenário nada mais coerente que apresentar o corpo humano entre árvores, sementes, terra, fogo, ar, etc. Um lugar de orixá, um lugar em que são as forças da natureza que se mostram ao lado de outras maneiras de existir.

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Realizado com o apoio do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria do Estado da Cultura, o projeto Ibaré Lewá já foi exposto em Santos, na Galeria de Artes Braz Cubas, em Cubatão, no Parque Anilinas, no Centro Cultural São Paulo e durante o Festival Afreaka: encontros de Brasil e África contemporânea na Biblioteca Mário de Andrade, na capital paulista.

 

Para facilitar o acesso às obras a exposição também está disponível no sitewww.ibarelewa.com

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