Quem é este homem que votou no Donald Trump?
Sim eu vejo na Rússia, na Hungria, na Alemanha, na Polônia, na Argentina, nos EUA, na Argentina e no Brasil, e para onde eu olhar, um homem, em geral precarizado no mundo do trabalho, que perdeu todos os direitos que possuía ao perder o trabalho seguro que tinha.
Por Marcos Romão, do Mamapress
Este homem que rumina toda tarde diante da televisão, com uma cerveja ao lado, destila no saco um ódio, a todos os vizinhos, mexicanos, muçulmanos, negros, estrangeiros, mulheres, gays, que ele imagina, terem ocupado o seu lugar e são as causas de sua desgraça e perda, do poder que tinha em um mundo em ordem, num passado distante.
Este é o homem que sai nas ruas da Alemanha contra refugiados.
Este é o homem que na Rússia sai na rua para espancar gays.
Este é o homem que nos EUA destila o ódio contra todo o resto do mundo que não mais reconhece a sua supremacia imperial americana.
Este é o homem que aplaude os esquadrões da morte no Brasil e nas Filipinas.
Este homem frustrado e ressentido descobriu o voto.
Descobriu o mesmo voto que os lutadores pelos direitos civis descobriram na década de sessenta.
O voto agora mudou de mão.
O voto voltou de volta para as mãos dos homens, que tinham a supremacia da voz antes dos movimentos de libertações dos diferentes do mundo.
Me preparava para ir ver o mar.
No ponto de ônibus da minha esquina está impossível chegar.
O tiroteio discriminatório recomeçou.
Creio, que mesmo sem tiroteios, como um homem negro, também não sairia de casa hoje na Flórida, nem em um bairro pobre da Saxônia.
Este homem ressentido e cheio de ódio, acaba de ser fortalecido em cada esquina do mundo.
Os dois caveirões que vejo pela fresta de minha janela, só confirmam este poder da morte do vizinho, que acaba de ser elevado ao poder mundial aceito.
Vale xingar a mãe e cuspir na cara.