Revolting Music – Inventário das Canções de Protesto que Libertaram a África do Sul

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Companhia: Neo Muyanga

Direção: Neo Muyanga

Ficha Técnica

Criação, dramaturgia, direção musical e atuação: Neo Muyanga

por Roberta Estrela D’ Alva para o Portal Geledés

Sinopse

A trilha sonora deste show performático parte da voz enfurecida dos protestos liderados por movimentos estudantis nas ruas de Soweto e usa do ridículo das canções atuais para satirizar a vanguarda de uma revolução incompleta. O título Revolting Music – Inventário das Canções de Protesto que Libertaram a África do Sul insinua uma inusitada junção entre o discurso político e o repertório pop explorado à exaustão pelo mercado musical. Partindo das canções de protesto e suas componentes de rebelião e revolta, fortemente engajadas, até chegar à música romântica contemporânea, caracterizada por elementos melódicos nauseantes e enjoativos, o espetáculo resulta em uma sonoridade libertária e contagiante. Muyanga transita pela musicalidade resultante para reimaginar outras formas de mudança e uma possível nova luta para localizar o amor dentro de uma ideia de revolução.

Histórico

Nascido em Soweto, com formação musical clássica, o compositor e ativista Neo Muyanga mergulha nas fronteiras híbridas entre a música e o pensamento, transitando por gêneros tradicionais e contemporâneos. Em Revolting Music, Muyanga explora o inventário da canção de protesto, desconstruindo os hinos que povoaram a memória colonial e os lamentos que acompanharam a luta armada anti-apartheid da África do Sul.

Neste concerto em que discursa, canta, toca guitarra e piano, o performer explora línguas nativas como zulu e soho, além de sânscrito, italiano e inglês, improvisando e executando as canções ao vivo.

Muyanga estudou a tradição dos madrigais italianos com o maestro Piero Poclen, em Triste, na Itália. Nos anos 1990, ele cofundou o duo acústico pop BLK Sonshine, com Masauko Chipembere, conquistando projeção dentro e fora da África do Sul. Compositor de peças de música, canções e obras de câmara e orquestra, foi premiado pela crítica em 2012 pela opereta The Flower of Shembe. Costuma se apresentar sozinho ou em formações variadas de banda em diversos países.

Fortuna Crítica

“De pontos de Orixás a axé music, de rap a cantos regionais, a jam foi se transformando em uma mistura de culto ecumênico e carnaval. (…) De perto pude acompanhar a maneira como Neo ia fazendo com que as pessoas, coral e público, relembrassem as canções de protesto da África do Sul e quando menos se esperava todos estavam cantando a plenos pulmões. E aí o sentimento de luta, de não conformidade vem junto. ‘Esse é o poder da música’, ele me disse no final do show”.

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