Uma referência da Portela, uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio, afirma que foi vítima de racismo em uma loja no aeroporto de Brasília.
Vilma Nascimento, de 85 anos, teve que tirar os pertences da própria bolsa. A filha Daniela estava junto.
Filha: Esqueceu de pagar algum produto, mãe?
Vilma: Eu não comprei nada. Como é que vou pagar?
Filha: Mãe, não fala nada. Só faz o que ela está pedindo que depois a gente vê.
A ordem veio de uma segurança da loja. Segundo Daniela e Vilma, por suspeita de furto.
“Abri. Um vexame. Porque a loja tinha clientes lá olhando eu tirando tudo da minha bolsa, botando tudo para fora e ela olhando”, conta Vilma.
As cenas aconteceram depois que a ex-porta-bandeira recebeu uma homenagem no Congresso Nacional pelo Dia da Consciência Negra. Somente depois de mostrar o que tinha na bolsa, Vilma Nascimento foi liberada.
A família registrou queixa na polícia e pretende processar a loja.
“Eu acho isso um absurdo. Eu não roubei nada. Só pode ser porque sou negra”, lamenta ela.
A Dufry Brasil, loja onde Dona Vilma foi abordada, divulgou nota pedindo desculpas publicamente. A empresa diz que a abordagem foi fora do padrão do grupo e que a fiscal de segurança foi afastada de suas funções. A Dufry diz ainda que está reforçando todos os procedimentos internos e treinamentos dos funcionários pra evitar que esse tipo de situação se repita.