Violência e racismo mancham Europeu

Estão cumpridas duas jornadas deste Euro’2012 e é altura de balanço na competição. Em termos de futebol jogado dentro das quatro linhas, nenhum adepto do desporto-rei se pode queixar. Bons jogos, excelentes duelos e fora uma ou outra desilusão, como Suécia e República da Irlanda, o certame tem tido qualidade. Mas quando abandonamos o conforto das bancadas da Polónia e Ucrânia e metemos o pé na rua, as coisas podem mudar de figura.

Relembremos então as “manchas” deste Campeonato da Europa.

8 junho – No dia em que a competição arrancou foram escutados gritos de macaco no treino da Holanda em Cracóvia. O capitão Mark van Bommel ficou irado com a situação e disparou em todas as direções, apesar de não ter tido o esperado apoio por parte da federação daquele país;

9 junho – A UEFA admite que o lateral checo Theodor Gebre Selassie foi alvo de cânticos racista no embate de abertura, frente à Grécia. A associação “Never Again” [“Nunca mais”], que luta contra o racismo no futebol europeu, entra em campo para denunciar a situação e pedir medidas por parte do organismo que tutela o futebol no Velho Continente.

Um video Amador difundido pela televisão polaca TVN24, mostra um grupo de adeptos russos a atacar violentamente stewards no Estádio de Wroclaw. Alguns deles foram pontapeados na cabeça quando já se encontravam no chão. A UEFA abre um inquérito disciplinar à Rússia.

12 junho – A UEFA anuncia que vai investigar os alegados atos racistas contra Mario Balotelli, durante o encontro entre Itália e Espanha, e Gebre Selassie, no Polónia-República Checa.

Cenas de violência mancham o arranque do Polónia-Rússia. Nas ruas de Varsóvia, uma marcha de adeptos russos rumo ao estádio é interrompida por um grupo de 184 adeptos, de entre os quais 157 eram polacos. As cenas de violência passam em todo o Mundo e o medo começa a instalar-se.

13 junho – A UEFA decide finalmente tomar medidas e assegura que se os adeptos russos voltarem a envolver-se em cenas menos dignas, a seleção do país arrancará a qualificação para o Euro’2016 com menos 6 pontos.

15 junho – O Itália-Croácia, em Poznan, voltou a contar com cânticos de índole racista para com Mario Balotelli. Um fotógrafo da AFP consegue a imagem de uma banana no relvado, que tinha sido atirada para junto do craque, enquanto a FARE, coligação contra o racismo na Europa, revela no Twitter que cerca de 500 adeptos croatas passarm o encontro a gritar palavras de ordem racista contra o avançado transalpino.

16 junho – A UEFA confirma a abertura de um processo disciplinar por causa dos cânticos e da utilização de símbolos racistas pelos adeptos croatas no encontro com Itália. O caso será analisado terça-feira.

 

Fonte: Record

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