55 anos da voz: Relembre grandes performances de Whitney Houston

Whitney Elizabeth Houston nasceu dia 9 de agosto de 1963, em Nova Jersey, nos Estados Unidos. Nippy, como era carinhosamente chamada, nasceu no meio de lendárias cantoras: sua mãe era a artista gospel Cissy Houson, sua prima era Dionne Warwick e sua madrinha era Aretha Franklin.

Por Matheus Queiroz no Poltrona Vip
Randee St. Nicholas

Não demorou muito para que os dotes artísticos de Whitney aparecessem. Com apenas 11 anos, ela começa a cantar no coral da igreja e ainda na adolescência, passa a se apresentar ao lado da mãe em diversas boates ao redor de Newark.

Em 1983, é contratada pela Arista Records e o resto é história. E que história! Vencedora de mais de 400 prêmios e com 200 milhões de discos vendidos, Whitney Houston se tornou uma das maiores artistas femininas da história da música.

No dia em que ela completaria 55 anos, o Poltrona Vip conta um pouco de sua lendária carreira através das suas melhores e mais aclamadas performances.

Home – The Merv Griffin (1983)

Em 1983, um dos principais cabeças da indústria fonográfica da época, Clive Davis, descobriu Whitney cantando ao lado de sua mãe Cissy Houston em uma boate e enxergou naquela menina de 19 anos um grande potencial. Ela foi contratada pelo selo pertencente ao produtor, a Arista Records.

No entanto, Clive, que descobrira Janis Joplin anos antes, sabia que precisava preparar Whitney em todos os sentidos se quisesse alçá-la ao estrelato – inclusive ignorando questões raciais e moldando Whitney para ser consumida, também, pelo público branco.

Foram dois anos de trabalho musical e de marketing antes que “Whitney Houston”, o primeiro álbum, chegasse às lojas, em fevereiro de 1985. Enquanto isso, ela participava apenas de performances showcase para ser apresentada ao público e para membros da indústria musical. Essa foi a primeira performance televisionada de Whitney.

How Will I Know / Greatest Love of All – Video Music Awards (1986)

Uma das primeiras premiações de destaque que contou com a presença de Whitney Houston foi o Video Music Awards (VMA), de 1986. Foi a terceira edição do evento, que consagrou a cantora como vencedora na categoria “Melhor Vídeo Feminino” por “How Will I Know”.

Na performance, ela apresenta dois dos três hits de seu primeiro álbum que atingiram o primeiro lugar consecutivamente na Billboard Hot 100 (“Saving All My Love For You” também alcançou tal feito e ainda garantiu seu primeiro Grammy na categoria Melhor Performance Pop Feminina).

Além disso, “Whitney Houston” vendeu mais de 25 milhões de cópias ao redor do mundo e se tornou o disco de estreia mais vendido da história. Ainda em 1986, ela foi eleita a artista do ano pela Billboard.

I Wanna Dance With Somebody – Grammy Awards (1988)

Em junho de 1987, o álbum “Whitney” chega às lojas. Apesar de ter dividido a opinião da crítica por usar da mesma fórmula do álbum anterior, o público abraçou o projeto e deu à artista um dos maiores recordes de sua carreira.

Com quatro singles consecutivos em primeiro lugar (“I Wanna Dance With Somebody”, “Didn’t We Almost Have It All”, “So Emotional” e “Where Do Broken Hearts Go”) juntamente com os três do álbum anterior, Whitney Houston quebrou o recorde dos Beatles e se tornou a artista com mais #1s em sequência na história da parada musical americana.

Na mesma noite da performance, ela levou para casa o segundo Grammy por “I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me)” na categoria Melhor Performance Pop Feminina.

One Moment in Time – Grammy Awards (1989)

Whitney Houston protagonizou o seu primeiro momento icônico numa competição esportiva em 1988, quando gravou a canção tema das Olimpíadas daquele ano, “One Moment in Time”, e se apresentou na abertura do evento, que foi sediado na Coreia do Sul.

Mas foi no Grammy do ano seguinte em que ela entregou a performance mais memorável da música. A música concorria na mesma categoria que premiou Whitney duas vezes anteriormente, mas não venceu.

Star Spangled Banner – SuperBowl (1991)

Um dos momentos mais icônicos da carreira de Whitney Houston talvez seja o mais memorável musicalmente do maior evento esportivo dos Estados Unidos. Ela foi convidada a entoar o hino nacional na abertura do SuperBowl, que, naquele ano, consagrou os New York Giants como campeões.  

A interpretação que Whitney deu ao hino foi tão aclamada que alcançou o top 10 da Billboard Hot 100, foi vendida em CD e se tornou a versão mais comprada da história, com mais de 1 milhão de cópias comercializadas.

All The Man That I Need – Welcome Home Heroes Concert (1991)

A versão de Whitney Houston para “Star Spangled Banner” teve tanta repercussão positiva que a cantora virou uma espécie de “símbolo patriota”.

Por essa razão, ela resolveu fazer um show beneficente para os militares (e suas famílias) que retornaram do Iraque após defenderem os Estados Unidos durante a Guerra do Golfo.

Na apresentação, além dos maiores sucessos e alguns covers, ela canta músicas do seu mais recente álbum, “I’m Your Baby Tonight”, que, apesar de ter tido desempenho comercial inferior aos dois primeiros, vendeu 10 milhões de cópias e rendeu mais dois singles #1 à cantora.

I Will Always Love You – Grammy Awards (1994)

O filme “O Guarda Costas” foi um divisor de águas: na cultura pop, na indústria do cinema, que, pela primeira vez, assistiu a um filme com um casal interracial receber tanto hype e, principalmente, na carreira de Whitney Houston.

Ela foi convidada diretamente por Kevin Costner, protagonista e produtor do filme, para interpretar a personagem principal. Ele tinha tanta certeza que Whitney era perfeita para o papel que esperou cerca de dois anos para que a agenda da cantora ficasse livre.

Inclusive, a ideia de que o começo de “I Will Always Love You” fosse apenas à capela também partiu do ator. O lendário produtor David Foster foi contra por não acreditar que isto funcionaria comercialmente, mas acabou se rendendo ao ouvir os vocais de Whitney isolados.

O sucesso, tanto do filme, quanto da trilha sonora, foi massivo. A arrecadação da bilheteria superou os 400 milhões de dólares e o disco se tornou o álbum feminino e a trilha sonora mais vendido da história, com mais de 45 milhões de cópias comercializadas ao redor do mundo. “I Will Always Love You” foi detentor do recorde de música que mais tempo permaneceu em #1 (14 semanas) até 1996, quando “One Sweet Day”, de Mariah Carey e Boyz II Men, chegou a 16ª semana no topo.

Na mesma noite desta performance, Whitney faturou três Grammys, incluindo “Álbum do Ano”, o que a consagrou como a segunda (de apenas três) mulher negra a ganhar este prêmio.

I Loves You, Porgy / And I Am Telling You I’m Not Going / I Have Nothing – American Music Awards (1994)

Ainda colhendo os frutos de “O Guarda Costas”, Whitney Houston levou 8 troféus do American Music Awards de 1994 para casa. Com apenas 30 anos, ela foi premiada com o American Music Award Of Merit, dado apenas a estrelas lendárias.

When You Believe – The Oprah Winfrey Show (1998)

Depois de oito anos de boatos sobre rixas, as duas vozes mais lendárias da música pop dos anos 90 se juntaram para um dueto. Whitney dividiu os vocais de “When You Believe”, música da trilha sonora do filme “O Príncipe do Egito” com ninguém menos que Mariah Carey.

Os tabloides americanos sempre diziam que Whitney se incomodava com o sucesso da estrela que surgiu em 1990, mas foi justamente quando Mariah se tornou a artista feminina com mais hits em #1, superando o recorde de Whitney, que as duas se juntaram, provando que tudo não passava de picuinha da imprensa sexista.

Nesse mesmo programa, as duas condenaram o machismo por parte da mídia que sempre tentou separá-las. Da parceria, surgiu uma grande amizade, que perdurou até o fim da vida de Whitney.  

I Didn’t Know My Own Strenght – The Oprah Winfrey Show (2009)

Em 1992, Whitney Houston se casou com o astro do R&B Bobby Brown. Na época, o casório causou controvérsia, tanto pela fama de mau do cantor, quanto pelos boatos de que a artista era lésbica.

Segundo Whitney relatou em entrevista neste dia, não demorou muito para que a relação se tornasse abusiva. Um dos motivos era a inveja que Bobby sentia por viver à sombra da esposa, muito mais famosa que ele.

Com o tempo, os abusos e a pressão do sucesso fizeram a cantora recorresse às drogas. O vício chegou a um ponto extremo em que a cantora abandonou a carreira, precisou ser submetida a intensos tratamentos e chegou a perder boa parte da potência vocal. Dizem que a cantora chegou a gastar quase 500 mil dólares com drogas em menos de 10 anos.

Em 2009, sóbria e divorciada, Whitney realizou uma volta triunfal. Ela lançou o oitavo (e último) álbum “I Look to You”, que estreou em primeiro lugar na Billboard 200 com mais de 300 mil cópias.

Essa performance representa o renascimento de Whitney e mesmo que sua voz não apresentasse mais a força e o alcance dos tempos áureos, carrega toda a emoção de alguém “que não conhecia a própria força” e lutava para se reencontrar.

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