Jay Z respondeu às polémicas de Lemonade de Beyoncé

Foi a primeira vez que o rapper norte-americano Jay Z respondeu à polémica sobre as eventuais traições que terão inspirado Beyoncé a criar o álbum “Lemonade”. O remix oficial de “All The Way Up” foi apresentado esta terça-feira à noite e a interpretação do nova-iorquino da música de Fat Joe não podia ser mais direta. Do travo a limão que Beyoncé nos pôs na língua em abril deste ano, Jay Z tirou um punhado cheio de açúcar (ácido). Mas colocou-o em cima da ferida.

Jay Z demorou um mês a destilar esta limonada. Mas quando respondeu, fê-lo sem rodeios na plataforma Tidal: “Tu sabes que conseguiste vingar quando o teu casamento vale milhões. A limonada é uma bebida popular e continua a ser”. Ora, mister Carter veio assim demonstrar que não andou de olhos fechados. Há ciência nesta letra: primeiro, porque retoma o sucesso do hip-hop “DWYCK” de 1992, onde os Gang Starr cantam que “a limonada é uma bebida popular e continua a ser, eu consigo mais cumprimentos que o Bruce Willis”; depois, porque escolhe um verdadeiro hino do hip-hop atual para nos chamar de idiotas a todos: “Lemonade” pode não ser mais que um álbum muito rentável com um golpe de marketing genial.

Mas vamos rebobinar a história. A 17 de abril de 2016, Beyoncé pôs toda a gente de coração nas mãos quando apareceu de cara escondida num casaco cheio de pelo no canal norte-americano HBO. “Lemonade”, o álbum anunciado nesse dia, chegava dezasseis anos depois do início do namoro com Jay Z e oito anos a seguir a um casamento que alimenta a indústria musical na casa da família Carter. Eles nunca tiveram medo de demonstrar paixão e a música de miss B sempre se assemelhou a um diário desta relação: oiçam-se êxitos como “Crazy in Love” ou “Drunk in Love” ou “Love On Top” (ou outras tantas músicas que, embora não digam love, transpiram amor). Depois tudo ficou ameaçado por uma Beyoncé enraivecida de vestido amarelo e martelo na mão.

O álbum “Lemonade” era feito de limões, sem dúvida sumarentos, mas também de uma boa dose de “estimulador de asneiras e de muita raiva”. Esta era composição exposta no rótulo – leia-se, no trailerlançado em abril -, e Beyoncé não se parece ter enganado na fórmula química. Basta espreitar a letra de “Hold Up” (Como é que chegámos a este ponto de ter de espreitar a tua lista de chamadas?), de “Don’t Hurt Yourself” (Este é o teu último aviso. Eu sei que te dei a vida. Se fizeres isso outra vez, vais perder a tua mulher).

Certo é que logo a seguir ao lançamento da bomba, Beyoncé dedicou “Halo” ao marido e pai da filha num concerto em Los Angeles. E os fãs não perceberam se a cantora norte-americana apenas quis despertar a independente e emancipada Sasha Fierce – a mesma que levou para vários concertos como um alter ego – ou se as coisas com Jay Z estão mesmo tremidas.

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