Entidades de direitos humanos vão à OEA contra intervenção no Rio

ONGs consideram preocupante a subordinação da Segurança Pública no Estado às Forças Armadas, que vigora há 12 dias, por decreto do presidente Michel Temer

 

Por Roberta Pennafort, do O Estado de S.Paulo

 

Três ONGs recorreram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, contra a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. A Justiça Global, o Instituto de Estudos da Religião (Iser) e o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) – que milita pelo respeito aos direitos humanos na América Latina – consideram preocupante a subordinação da Segurança Pública no Estado às Forças Armadas, que vigora há 12 dias, por decreto do presidente Michel Temer (MDB), e pedem à comissão que requeira ao governo brasileiro a reversão da medida.

Documento enviado pelas entidades ao organismo cita o artigo 41 da Convenção Americana, que diz que a comissão deve “promover a observância e a defesa dos direitos humanos”.  A intervenção, pontuam, “viola os compromissos internacionais assumidos de boa fé, uma vez que sua natureza e execução estão em total desacordo com as convenções internacionais já ratificadas pelo País, e se contrapõe frontalmente à sólida jurisprudência dos órgãos de proteção interamericanos”.

Varredura. Militares auxiliaram inspeção em presídio da Baixada Fluminense; interventor ainda traça plano de atuação Foto: Wilton Júnior/Estadão

 

As ONGs acreditam que a crise na segurança do Rio “não pode ser equacionada a partir de crises contextuais, muito menos por meio de intervenções militarizadas” e que “a incorporação de uma estratégia militar pode resultar apenas no agravamento das violações de direitos humanos da população que supostamente o poder público pretendia proteger”. Apontam também que o “contexto de guerra” pode levar os militares a cometer abusos.

+ sobre o tema

Carta de Genebra: Prestação de cuidados e o futuro do trabalho

Os principais desafios identificados tanto pelas mulheres quanto pelos...

Jornal A TARDE lidera debate sobre racismo no país, diz Andi

O jornal A TARDE vem liderando nacionalmente em termos...

Risco ao bom emprego

Terceirização precisa de lei, mas debate sobre precarização tem...

para lembrar

Grupo democratiza psicanálise com sessões gratuitas na praça da Alfândega

Coletivo também quer revigorar região da cidade que muitas...

Pelo fim do sistema criminal: entenda o que defendem os abolicionistas penais

O Brasil é o terceiro país com maior população...

A mensagem forte de Kondogbia contra a escravatura na Líbia

Kondogbia foi um dos jogadores a reagirem à realidade...

A cada dois dias, um morador de rua é morto no Brasil, afirma relatório

Segundo pesquisa, de abril de 2011 até a semana...
spot_imgspot_img

Comissão Arns apresenta à ONU relatório com recomendações para resgatar os direitos das mulheres em situação de rua

Na última quarta-feira (24/04), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D. Paulo Evaristo Arns – Comissão Arns, em parceria com o Movimento Nacional...

Estudo relata violência contra jornalistas e comunicadores na Amazônia

Alertar a sociedade sobre a relação de crimes contra o meio ambiente e a violência contra jornalistas na Amazônia é o objetivo do estudo Fronteiras da Informação...

Brasil registrou 3,4 milhões de possíveis violações de direitos humanos em 2023, diz relatório da Anistia Internacional

Um relatório global divulgado nesta quarta-feira (24) pela Anistia Internacional, com dados de 156 países, revela que o Brasil registrou mais de 3,4 milhões...
-+=