Anistia Internacional acusa seis farmacêuticas de “alimentar uma crise de direitos humanos sem precedentes”

Organização pede que sejam entregues 2 bilhões de doses da vacina contra a covid-19 aos países de média e baixa renda antes do fim do ano. Denúncia vem diante da cúpula global sobre a pandemia organizada pelo presidente dos EUA, Joe Biden

Seis empresas têm o controle majoritário do fornecimento de vacinas contra a covid-19 e alimentam uma “crise de direitos humanos sem precedentes”, uma vez que não aceitam compartilhar direitos de propriedade intelectual e sua tecnologia para elaboração das mesmas, além de priorizar a venda de doses aos países ricos. É a denúncia da Anistia Internacional no relatório Uma Dose Dupla de Desigualdade: Os laboratórios farmacêuticos e a crise das vacinas contra a covid, publicado na quarta-feira (22), coincidindo com a realização da cúpula global sobre a pandemia organizada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Graças ao aumento da vacinação, o número de mortes e as medidas de confinamento se reduziram consideravelmente na Europa, Estados Unidos e outros poucos países do mundo desde o início do verão setentrional. Ao passo que os habitantes destes países aproveitavam suas férias de verão, na África, Ásia e algumas regiões da América Latina a pandemia continuou desgastando sistemas de saúde já debilitados, tirando a vida de dezenas de milhares de pessoas que poderiam ter se salvado com uma campanha de vacinação mais equitativa mundialmente, alerta Agnès Callamard, Secretária Geral da Anistia Internacional. “Enquanto na Europa já estamos vacinando as crianças, em muitos dos países pobres nem mesmo os trabalhadores da área da saúde e as pessoas dos grupos de risco estão vacinadas”, diz Callamard.

De acordo com as estatísticas do portal Our World in Data, da Universidade Oxford, somente 2% da população dos países pobres recebeu as duas doses da vacina contra a covid, enquanto a média global chega a 43,7%. Concretamente, os países mais avançados na vacinação são os Emirados Árabes, Portugal, Espanha, Singapura e Uruguai que já superam 80% da população com esquema vacinal completo. No lado mais desfavorecido da balança da imunização, por outro lado, estão a República Democrática do Congo (com 0,04% dos habitantes vacinados), Iêmen (0,05%), Haiti (0,16%), Benin (0,17%), Chade (0,15%), República Centro-Africana (0,20%) e Papua Nova Guiné (0,44%), segundo os dados até 22 de setembro.

Leia a matéria completa aqui

+ sobre o tema

Bebê morto com tiro na cabeça é um cruel símbolo da situação dos povos indígenas no Brasil

Relatório do Conselho Indigenista Missionário critica "sucateamento" da Funai,...

Misture para degustar

Fui formada no erudito versus popular. Sendo que...

Pós-Obama, negros estão mais otimistas quanto ao futuro

Pesquisa divulgada ontem mostra também que a avaliação do...

O abismo social que separa mundos, pessoas e valores Brasil afora

Branca. Filha de um médico com uma professora. Estudei...

para lembrar

Átila Roque e a defesa dos direitos humanos no Brasil

O historiador e diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil,...

Relatório da Anistia critica aumento de mortes em ações policiais no Brasil

Relatório da Anistia Internacional aponta preocupação com as crescentes...

Vacina não é privilégio

O Brasil chegou ao fim do mais letal mês...
spot_imgspot_img

Apenas 22% do público-alvo se vacinou contra a gripe

Dados do Ministério da Saúde mostram que apenas 22% do público-alvo se vacinou contra a gripe. Até o momento, 14,4 milhões de doses foram...

Vacinação contra HPV, principal causador de câncer de útero, passa a ser em dose única

A vacinação contra o HPV (vírus do papiloma humano), principal causador de câncer de colo de útero, além de outros tipos, passa a ser em dose única. A ação foi anunciada...

Dengue: adolescentes de 12 a 14 anos já podem se vacinar no DF

Adolescentes de 12, 13 e 14 anos já podem receber a dose contra a dengue no Distrito Federal. De acordo com a Secretaria de...
-+=