Mais de 40% das mulheres afirmam ter sofrido violência no Chile, segundo pesquisa

Mais de 40% das mulheres chilenas afirmam ter sido vítimas de algum tipo de violência, principalmente de natureza psicológica, embora as denúncias formais tenham caído no país, revelou uma pesquisa semestral encomendada pelo governo e divulgada nesta terça-feira (8).

A quarta edição da pesquisa Violência contra a Mulher no Âmbito Familiar e Outros Espaços, realizada entre dezembro de 2019 e março de 2020 com 6.775 mulheres entre 15 e 65 anos, indicou que 41,4% das entrevistadas afirmaram ter sofrido algum tipo de violência, um aumento em relação aos 38,2% registrados na avaliação anterior, de 2017.

“Hoje duas em cada cinco mulheres reconhecem ter sido vítimas de violência na vida (…) Isso se relaciona ao fato de que as mulheres de hoje também entendem os tipos de violência que existem e, por entendê-la, também estão dispostas a reconhecer, a dizer e tomar medidas a respeito”, disse Katherine Martorell, subsecretária de Prevenção ao Crime, durante a apresentação da pesquisa.

Na distinção dos tipos de violência, 38,3% afirmaram ter sofrido violência psicológica, 15,5% violência física e 6,9% sexual. Nos três tipos de agressões, foram registrados aumentos em relação à pesquisa anterior.

“É uma pena ver que ainda não conseguimos reduzir ou erradicar este doloroso comportamento em nosso país”, disse Mónica Zalaquett, Ministra da Mulher.

No entanto, o estudo indicou que as denúncias de todos os tipos de agressão caíram: sobre violência psicológica caíram de 22,8% em 2017 para 19% no último ano, enquanto as denúncias de agressão física caíram de 36,5% para 29% e as de natureza sexual de 23% para 16,3%.

“Essa queda se deve à falta de confiança. Por isso queremos dizer às mulheres que se sentem vítimas de violência que nos ajudem a conhecer essas causas porque isso nos permite tomar medidas a tempo”, disse Martorell.

Um relatório divulgado em maio pelas Nações Unidas indicou que desde o início da pandemia no Chile, em março, as denúncias de violência doméstica diminuíram em relação a 2019, mas as chamadas para linhas de orientação aumentaram 60%.

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