Papa Francisco: “Racismo é um ‘vírus’ sempre à espreita”

O Papa Francisco denunciou o racismo em seu discurso neste domingo (21.03), comparando-o a um “vírus que se transforma rapidamente e, em vez de desaparecer, esconde-se, e espreita à espera”.

As declarações do Papa foram feitas através de uma mensagem pela rede social Twitter, na data que as Nações Unidas assinalam como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

“Instâncias de racismo continuam a envergonhar-nos, pois mostram que o nosso suposto progresso social não é tão real ou definitivo como pensamos”, escreveu, acrescentando os hashtags #FightRacism #FratelliTutti.

“Fratelli Tutti”

“Fratelli Tutti” é o título que o Papa emitiu no ano passado, em meio à pandemia da Covid-19, para pressionar pela solidariedade, irmandade e cuidados com o meio ambiente em todo o mundo.

Entretanto, no seu tweet, o Papa Francisco não especificou nenhum caso particular de racismo.

Ao longo do seu papado, ele tem defendido os direitos das pessoas marginalizados nas sociedades, incluindo os migrantes.

No Dia Internacional contra o racismo, também o presidente norte-americano, Joe Biden, apelou à população para que denuncie atos de racismo, numa intervenção sobre violência racial contra asiático-americanos, e que criticou a designação, por Donald Trump, do coronavírus como o “vírus da China”.

“Silêncio é cumplicidade”

“O nosso silêncio é cumplicidade. Não podemos ser cúmplices”, disse Biden ao final de uma visita, acompanhado pela vice-presidente Kamala Harris, à cidade de Atlanta, onde esta semana oito pessoas, seis delas asiáticas, foram mortas por um atirador.

Harris, a primeira vice-presidente de origem asiática, filha de mãe indiana, prometeu continuar a “condenar a violência, crimes de ódio e discriminação, onde quer que aconteçam e seja qual for a forma que tomem”.

“O racismo existe na América. E sempre existiu. A xenofobia é real na América. O sexismo também”, disse Harris ao final da visita.

Europa

Embora a maioria dos países europeus não recolha dados sobre discriminação racial, alguns relatórios fornecem uma visão da extensão do problema.

Manifestante em protesto contra o racismo em Berlim., em 2020.

Em França, um inquérito da agência independente Defenseur des Droits (Defensores dos Direitos) mostrou que os jovens de ascendência árabe e africana tinham 20 vezes mais probabilidades de serem detidos e revistados do que qualquer outro grupo masculino.

Problemas semelhantes foram encontrados noutros países, incluindo Bélgica, Dinamarca, Chipre, Irlanda, Itália, Espanha e Reino Unido, segundo a Equinet, a rede europeia de organismos para a igualdade.

Em 1966, as Nações Unidas proclamaram o dia 21 de Março como o “Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial” em memória a uma manifestação reprimida pela polícia, anos antes, na África do Sul.

 

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