Mais de 15.500 denúncias de violência contra mulheres na Bolívia só este ano

Bolívia é um dos países mais violentos registando 38 feminicídios e 15.500 denúncias de violência e crimes sexuais. Lei que garante "uma vida livre de violência punindo o homicídio" não é cumprida.

A Bolívia registou 38 feminicídios e 15.592 denúncias de violência doméstica e agressão sexual contra mulheres, adolescentes e menores de idade este ano, anunciaram esta quarta-feira as autoridades.

Os relatórios do Gabinete do Procurador-Geral, citados pela agência espanhola de notícias EFE, indicam que, desde o início do ano até 21 de maio, foram recebidas 18.943 queixas relacionadas com diferentes casos de violência.

A maioria corresponde a atos de violência doméstica, cerca de 14.524 casos, enquanto 1.068 são crimes sexuais contra mulheres, adolescentes e menores, e os restantes correspondem a outros tipos de agressões.

O último femicídio registado foi o de uma mulher de 27 anos, assassinada pelo companheiro de 32 anos, com quem tinha uma filha de oito anos e um filho de quatro.

A procuradora do departamento de Tarija, no sul do país, Sandra Gutiérrez, relatou que o homem entrou na casa da vítima, arrastou-a para a rua e “espancou-a até à morte com pedras”.

Após o crime, o homem tentou envenenar-se, mas os seus familiares impediram-no e levaram-no para um hospital, onde se encontra em recuperação e sob vigilância policial.

Há mais de uma década que a Lei 348 foi aprovada na Bolívia para garantir às mulheres uma vida livre de violência, punindo o homicídio de mulheres com 30 anos de prisão sem direito a liberdade condicional ou perdão.

No entanto, diferentes organizações feministas têm-se queixado repetidamente de que a lei não é integralmente cumprida devido a atrasos judiciais e à falta de recursos financeiros e de pessoal formado para tratar as queixas de violência de género.

Em julho do ano passado, o governo apresentou ao parlamento um projeto de lei para reformar e “reforçar” a lei, mas até agora não foi discutido.

Os constantes casos de feminicídio e violência de género colocam a Bolívia entre os países mais violentos da região.

+ sobre o tema

A mulher que fugiu para salvar dois bebês intersexuais de seus próprios pais

Há cinco anos, uma parteira no Quênia ajudou uma...

Porque ninguém fez nada pela doutora Valéria? Por Adriana Cecilio Marco dos Santos

Juizado Especial de Duque de Caxias, Rio de Janeiro,...

Carrie Fisher: ‘Não seja uma escrava como eu fui’

Estreia do novo título da franquia Star Wars levou...

Dia internacional da Mulher: as lições de uma militante de 95 anos

Maria dos Santos Soares participou da versão carioca da...

para lembrar

Pioneira inúmeras vezes, Glória Maria representava potência da mulher negra

A trajetória de Glória Maria, ícone da TV brasileira que morreu...

Mulheres investidoras ganham mais no longo prazo

Homens e mulheres investem de forma diferente, de acordo...

Como é ser uma modelo negra na indústria da moda?

Tayane Nicaccio, da Galera CH, conversou com algumas modelos...

A supermodelo Malaika Firth quer ‘ignorar’ o racismo no mundo da moda

Malaika Firth, 20 anos, é uma das poucos modelos...
spot_imgspot_img

Universidade é condenada por não alterar nome de aluna trans

A utilização do nome antigo de uma mulher trans fere diretamente seus direitos de personalidade, já que nega a maneira como ela se identifica,...

O vídeo premiado na Mostra Audiovisual Entre(vivências) Negras, que conta a história da sambista Vó Maria, é destaque do mês no Museu da Pessoa

Vó Maria, cantora e compositora, conta em vídeo um pouco sobre o início de sua vida no samba, onde foi muito feliz. A Mostra conta...

Nath Finanças entra para lista dos 100 afrodescendentes mais influentes do mundo

A empresária e influencer Nathalia Rodrigues de Oliveira, a Nath Finanças, foi eleita uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo pela organização...
-+=