Delegada acusa família de jovem de classe média suspeito de estupros de acobertar crimes

Renan Menezes de Souza, de 22 anos, teve a prisão decretada. Polícia acredita que ele possa ter fugido para o exterior

POR ALESSANDRO LO-BIANCO

RIO — A delegada Gabriela Von Beavalus da Silva, da Delegacia de Atendimento à Mulher de Campo Grande, acusou, nesta quarta-feira, a família de Renan Menezes de Souza, jovem de classe média suspeito de ser autor de pelo menos quatro casos de estupro, de estar tentando acobertar os crimes. Ela disse que as investigações sobre um estupro que o rapaz teria praticado em abril já foram encerradas e afirmou não haver dúvidas sobre sua autoria. Gabriela suspeita que Renan, que teve prisão decretada e vem sendo procurado pela polícia, esteja no exterior.

CARRO AOS 16 ANOS

De acordo com as investigações, o primeiro crime cometido por Renan ocorreu quando o jovem, hoje com 22 anos, tinha apenas 16. A vítima teria sido uma menina de 13 anos.

— A família também tem culpa pelos crimes que esse garoto cometeu. Quando ele tinha apenas 16 anos, os pais colocaram em suas mãos um carro, um Honda Civic. Além disso, naquela idade, Renan não estava matriculado num colégio. Segundo o processo sobre aquele primeiro crime, ele colocou uma substância entorpecente numa bebida e obrigou a vítima a tomá-la. Depois de tudo que fez, ainda foi para a noite se divertir. Acreditamos que possam surgir outros casos, pois já tivemos conhecimento de mais duas vítimas que compartilharam suas dores pelas redes sociais, mas ainda não tiveram coragem de comparecer à delegacia para denunciá-lo — disse Gabriela.

Eduardo Cavalcanti, advogado contratado pela família de Renan, dona de uma rede de supermercados, apresentou um pedido de habeas corpus ao Tribunal de Justiça e negou que ele tenha cometido os crimes.

— O que há são acusações feitas por uma vítima, que não têm presunção de veracidade e que a defesa, ao longo do processo, vai demonstrar que foram frutos de um desentendimento e vingança pessoal por parte dela, uma vez que ambos ficaram a noite toda se beijando e se acariciando, algo confirmado por ela mesma. Mas, ao final deste envolvimento, que culminou com a prática sexual dentro do carro de forma consensual, diferentemente do que ela afirma, Renan teria solicitado que a jovem se retirasse do carro e fosse a pé para casa. Por causa disso, a mesma quis se vingar, distorcendo os fatos — afirmou Cavalcanti.

O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece uma recompensa de R$ 2 mil por informações sobre o paradeiro de Renan.

 

 

+ sobre o tema

A teoria do pinto

Uma das teorias sobre o começo da civilização é...

Denúncia de figurinista reverbera campanhas anteriores e reforça combate ao assédio

Mobilização contra José Mayer, marco feminista e chamado às...

CPMI da Violência contra a Mulher vota requerimentos na terça

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a...

Estupro de menina pelo padrasto ocorria com mãe em casa, diz polícia

Segundo a polícia, mulher não sabia do estupro da...

para lembrar

Projeto de bancada evangélica propõe legalizar ‘cura gay’

Um projeto de decreto legislativo de deputados da bancada...

Pastor evangélico acolhe filha trans de 10 anos: “Ela está sendo quem Deus criou para ser”

O pastor Chris Bruesehoff vem causando debate na Igreja Evangélica Luterana...
spot_imgspot_img

Órfãos do feminicídio terão atendimento prioritário na emissão do RG

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SMDF) assinaram uma portaria conjunta que estabelece...

Universidade é condenada por não alterar nome de aluna trans

A utilização do nome antigo de uma mulher trans fere diretamente seus direitos de personalidade, já que nega a maneira como ela se identifica,...

O vídeo premiado na Mostra Audiovisual Entre(vivências) Negras, que conta a história da sambista Vó Maria, é destaque do mês no Museu da Pessoa

Vó Maria, cantora e compositora, conta em vídeo um pouco sobre o início de sua vida no samba, onde foi muito feliz. A Mostra conta...
-+=