Jogo em que escravos são açoitados é usado em aula de história na UFPR

Game de computador gerou polêmica entre os estudantes da instituição.
Professora e criador do jogo defendem uso do jogo como material didático.

Do: G1

Um jogo de computador apresentado para alunos de história da Universidade Federal do Paraná (UFPR) gerou polêmica entre os estudantes. O jogo se passa em uma fazenda, no período da escravidão no Brasil, e o jogador controla um senhor de engenho que pode punir os escravos com um chicote, caso eles não trabalhem.

Os escravos à disposição do jogador têm nomes e são utilizados para o corte de cana de açúcar. A punição é feita com os escravos sendo colocados em um tronco, onde são açoitados por um feitor. A dinâmica do jogo irritou um grupo de alunos, que se mobilizou para tentar impedir a circulação e reapresentação.

“Primeiro é o choque, a gente se sente desumanizado. Uma ofensa a um determinado grupo social desumaniza toda humanidade”, questionou o estudante Eduardo Araújo. Opinião semelhante à da aluna Barbara Caramuru: “Ele traz debates que têm uma herança muito pesada para essas comunidades, e ele traz eles de uma forma que se propõe didática, porém, eu acho que ele brinca com o sentimento”, opinou.

O jogo foi criado por um aluno do mestrado de história da UFPR e apresentado em uma aula do curso de graduação pela professora Karina Belotti. Ela defende a apresentação do jogo como oportunidade de futuros professores de história analisarem este tipo de material para formar a própria opinião e argumentar de forma consistente quando estiverem em colégios. “Que bom que enxergaram que é um material problemático, porque isso mostra que estamos formando professores conscientes e críticos para a sociedade”, sustentou. Segundo a UFPR, os professores têm autonomia para a escolha dos materiais didáticos utilizados.

Já o aluno criador do jogo disse que não se pode esconder que os escravos eram vítimas de violência, e defendeu que é papel dos professores lembrar como era a violência no período da escravidão. Ele disse, ainda, que o jogo deixa claro que a violência contra os escravos é uma violação aos direitos humanos, e que é preconceito querer esquecer esta parte da história.

+ sobre o tema

Lázaro Ramos estreia como cineasta dirigindo Adriana Esteves, Taís Araújo e Renata Sorrah

'Estamos construindo uma família aqui', diz o diretor, sobre...

Vanderlan Nader: Beyoncé New Look nas ruas de NY

Vanderlan Nader: Beyoncé New Look nas ruas de NY. Beyoncé ...

Após dar à luz, Taís Araújo chama atenção pela cinturinha fininha

Taís Araújo chama atenção pela cintura fina um pouco...

Cassius Clay – Muhammad Ali

Foi o único boxeador que até hoje suportou 12...

para lembrar

Gregório Duvivier: “Parte do povo brasileiro é atrasada e retrógrada”

Gregório Duvivier, aos 27 anos, é bem-sucedido na carreira....

Matriarcas do Samba fazem festa no Theatro Municipal de Niterói

A próxima atração do Theatro Municipal tem o samba...

Todos os seus personagens favoritos de desenho animado são negros

Pernalonga, negro. Scooby-Loo, negro. Elmo, certamente negro. Por SARAH HAGI, do...

Cartola

"As rosas não falam, simplesmente exalam o perfume que...
spot_imgspot_img

Clara Moneke: ‘Enquanto mulher negra, a gente está o tempo todo querendo se provar’

Há um ano, Clara Moneke ainda estava se acostumando a ser reconhecida nas ruas, após sua estreia em novelas como a espevitada Kate de "Vai na...

Juçara Marçal e Rei Lacoste lançam o Amapiano “Sem contrato”

A dupla Juçara Marçal (Rio de Janeiro) e Rei Lacoste (Bahia) lançam nesta sexta-feira (26) o single “Sem Contrato” nas principais plataformas digitais e...

Peres Jepchirchir quebra recorde mundial de maratona

A queniana Peres Jepchirchir quebrou, neste domingo, o recorde mundial feminino da maratona ao vencer a prova em Londres com o tempo de 2h16m16s....
-+=