Lançado relatório sobre Violência Racial

 

Geledés Instituto da Mulher Negra e Global Rights Partner for Justice lançaram no último dia 30/6 o relatório Violência Racial: uma leitura sobre os dados de homicídios no Brasil. O estudo reúne e articula um conjunto de dados estatísticos, análises e pesquisas produzidas por diferentes fontes sobre mortes violentas no Brasil.

Segundo Rodnei Jericó, autor do estudo e coordenador do Programa SOS Racismo, “diferentes fatores interagem na produção da violência letal mas a a cor é a única variável que está presente em todos os campos de análise. O racismo coloca negros no topo do ranking de vítimas de mortes violentas mas o perfil racial das mortes violentas no país continua silenciado nas reflexões e discussões sobre o tema. Com o relatório, procuramos fomentar ações de enfrentamento ao racismo que contribuam para a promoção do direito à vida dos negros brasileiros.”

O evento contou com a participação da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de São Paulo, da Coordenadoria do Negro do município de São Paulo, além da participação de diversas entidades da sociedade civil que atuam pelos direitos humanos. Vale ressaltar a grande participação e contribuição de jovens negros ao debate.

Para Samoury Barbosa, da Articulação Política da Juventude Negra, é irrefutável o genocídio da juventude negra e faz ressalvas aos dados de homicídios: “É necessário atenção para o fato de que nos dados de percentual racial atribuído à brancos, certamente é composta também por afrodescendentes, o que eleva o número de mortes de negros. Outro ponto para reflexão é que não são disponibilizadas informações sobre números de pessoas jovens desaparecidas, dados que tornariam a situação mais drástica.”

Foram convidados a participar do evento representantes do Ministério Público Estadual e Federal, da Defensoria Pública, da Secretaria Estadual de Segurança Pública, da Ouvidoria de Polícia entre outros órgãos públicos, mas eles não se fizeram representar. Para Rodnei, “a ausência destes órgãos reflete a resistência e o desinteresse em discutir o tema.”

O evento contou com o depoimento emocionado e emocionante de Andre Luiz de Souza, jovem negro de 29 anos, que no início deste ano foi abordado por policiais do Grupo de Operações Táticas da polícia civil de São Paulo, que foi obrigado a sair do táxi em que estava e foi alvejado com dois tiros sem ter esboçado qualquer reação. O caso está sendo acompanhado pelo SOS Racismo.

Veja no anexo trechos do relatório que foi apresentado no seminário.

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