MPF investiga suposto abuso da polícia contra quilombo

Fonte: Coletivo Sankofa –

 

Rio – Trinta e nove pessoas foram detidas durante operação realizada pela Polícia Militar do Espírito Santo na comunidade quilombola Córrego de São Domingos, em Conceição da Barra, no norte do Estado, na manhã de ontem. O Ministério Público Federal (MPF) apura se houve violação de direitos humanos durante a ação policial.

Por meio de nota, a PM informou que o objetivo era “deter os responsáveis por furto e roubo de eucalipto, além da prática de crimes ambientais”. Ainda de acordo com a PM, os acusados foram detidos em flagrante e houve apreensão de dez tratores, quatro motosserras, três caminhões e duas gruas para transporte de eucalipto. Segundo o MPF, não há registro oficial de que tenha havido flagrante.

Cerca de 100 policiais chegaram à comunidade com cães e cavalos, oficialmente para cumprir mandados de busca e apreensão. De acordo com o MPF, não havia mandados de prisão, e os quilombolas foram transportados em ônibus e camburões “sem justificativa plausível” para a delegacia do município vizinho de São Mateus. Lá, foram ouvidos pela polícia e liberados, mas não tinham como retornar para suas casas, a cerca de 40 quilômetros de distância.

“Foi constatado que, além de a prisão de 39 quilombolas ter sido realizada sem determinação judicial, nenhum auto de prisão em flagrante foi registrado, o que reforça as suspeitas de violação de direitos humanos”, afirmou o procurador da República Júlio de Castilhos.

A Fibria (antiga Aracruz Celulose), que divulgou fotos da operação policial, alega que o mandado determinava a busca e apreensão de “madeira extraída ilegalmente dos plantios florestais da empresa”. “Foram recolhidos 1.650 metros cúbicos de madeira, o que equivale à carga de 110 caminhões truck. Com esse volume, a Fibria poderia produzir 620 toneladas de celulose”, informou a empresa.

“O furto é realizado de forma organizada, à luz do dia. Não raro, os trabalhadores da empresa recebem ameaças. A Fibria adota as medidas cabíveis para preservar a integridade física de seus trabalhadores, bem como seu patrimônio”, alega a empresa.

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