Intérprete de Luiz Felipe Scolari está preso após briga e ofensa racista

Por: JAMIL CHADE

O Bunyodkor, time do técnico brasileiro Luiz Felipe Scolari, se envolveu em um incidente diplomático na quarta-feira. Marcelo – que é seu o tradutor – agrediu o quarto árbitro depois de ser ofendido por declarações de cunho racista, após jogo pela Liga dos Campeões Asiáticos. O intérprete está em Jedah, em uma delegacia, enquanto o Itamaraty e a Fifa já foram acionados.

 

A equipe usbeque enfrentou o Al Ittihad em uma partida disputada na Arábia Saudita. O intérprete reclamou ao final da partida de que o quarto árbitro não permitiu que um dos jogadores da equipe voltasse à campo, depois de ser atendido pela equipe médica. O assistente teria dito que não falaria com “macaco”.

 

Uma pancadaria, então, se sucedeu. Marcelo, que é Recife, deu um chute no árbitro assistente e teve de deixar o campo cercado por policiais. Foi levado para uma delegacia e passou a noite em uma sala sem cama, dormindo apenas sobre um tapete, enquanto o técnico brasileiro manteve o time no estádio.

 

Felipão se colocou na frente de seus jogadores e tentou parar a confusão, mandando o time ir para o vestiário.O atacante Denilson também reclamou bastante e gesticulou em direção aos policiais. Rivaldo não jogou. A ideia do técnico era a de não abandonar o intérprete, mas o visto dado pelos árabes terminava naquele mesmo dia e não foi renovado. O time foi obrigado a retornar ao Usbequistão.

 

Dois dirigentes do clube permaneceram em Jedah e a embaixada do Brasil em Riad explicou ao Estado, por telefone, que diplomatas já haviam sido despachados ao local para negociar a saída de Marcelo. Até o início da noite desta quinta (horário local), ele permanecia preso.

 

A rivalidade entre árabes e a população do Usbequistão é tradicional. Mas o jogo foi tenso também porque a equipe local precisaria vencer para tentar passar para a segunda fase da Liga. Com o empate, terão de vencer uma equipe do Irã em Teerã, algo considerado como impossível.

 

Fonte: Estadão

+ sobre o tema

Advogado é preso em flagrante por racismo no aeroporto

Após oferecer banana a funcionária, ele foi capturado no...

Diálogo Brasil debate a apropriação cultural

Mulheres brancas podem ou não usar turbante? Usar adereços...

Atriz britânica é condenada por racismo contra taxista

A atriz britânica Lauren Socha, 21, que ganhou...

Grupo marca “rolezinho” em shopping no Rio de Janeiro

Até o final da tarde de hoje (13), mais...

para lembrar

Jean Wyllys: “Querem difamar uma criança morta? É isso?”

Estão circulando, nas redes sociais e através do Whatsapp,...

Ação contra o crime

Ao menos três episódios dantescos deste março sugerem que...

Brasileiro candidato a deputado é alvo de campanha neonazista na Alemanha

  Candidato na eleição alemã pelos Piratas de...
spot_imgspot_img

Número de crianças e adolescentes mortos pela polícia cresce 58% sob governo Tarcísio, apontam dados da SSP

O número de crianças e adolescentes mortos pela polícia aumentou 58% entre 2022 e 2023 — primeiro ano do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) —,...

A ‘inteligência artificial’ e o racismo

Usar o que se convencionou chamar de "inteligência artificial" (pois não é inteligente) para realizar tarefas diárias é cada vez mais comum. Existem ferramentas que, em...

Funcionária de academia será indenizada por racismo: “cabelo de defunto”

Uma funcionária de uma academia em Juiz de Fora (MG), na Zona da Mata, será indenizada em R$ 15 mil por sofrer racismo. De...
-+=