Autor de atentado era ‘neonazista frustrado que liderava banda racista’

Um homem de 40 anos que pertenceu ao Exército e está ligado a grupos que pregam a supremacia branca foi identificado ontem pela polícia americana como o atirador que matou seis pessoas em um templo sikh nas cercanias de Milwaukee, Estado de Wisconsin, anteontem.

Wade Michael Page, que passou seis anos no Exército dos EUA até 1998 trabalhando com contrapropaganda e tocava em bandas com nomes como End Apathy (“acabe com a apatia”) e Definite Hate (“ódio definido”), foi morto em tiroteio com a polícia no local do ataque. A motivação é desconhecida.

As vítimas foram cinco fiéis –quatro homens e uma mulher com idades de 39 a 84 anos– e o líder do templo, Satwant Kaleka, 65. Um policial e mais duas pessoas ficaram feridos.

O Centro Legal Southern Poverty (pobreza sulista), que estuda extremismo, diz ter identificado Page em 2000, quando ele tentara comprar artigos de propaganda supremacista.

“Wade Michael Page era um neonazista frustrado que liderava uma banda racista”, acusa a diretora, Heidi Beirich, no site do centro.

Em sua página no MySpace, atualizada em fevereiro, a End Apathy cita Page como líder. As músicas, com nomes como “Autodestruição”, “Idiotas Úteis” e “Submissão”, beiram o ininteligível.

A banda era ligada ao selo Label 56, também acusado de promover o racismo. Na página, há cartazes de shows com outras bandas e símbolos como a forca, usada em assassinatos de negros nos EUA no passado.

Na tarde de ontem, a gravadora tirou do ar seu material sobre a banda e postou um comunicado em que se solidariza com as famílias das vítimas e alerta seus fãs: “Não vejam o que Wade fez como algo respeitável nem pensem que somos todos assim”.

Em entrevista removida, Page diz ter criado a End Apathy em 2005 para “descobrir o que é preciso para alcançar resultados positivos e o que nos segura”. “É preciso disciplina para seguir firme na nossa sociedade doente.”

Page cresceu no Colorado –Estado que em julho foi palco de uma chacina em um cinema– e se mudou para Oak Creek, subúrbio de Milwaukee, no ano passado.

O “New York Times” ouviu a madrasta de Page, Laura, que se declarou chocada. “Não imagino o que o levou a fazer isso”, disse, relatando que que Page perdeu a mãe aos 13 anos e por isso viveu com a avó.

O presidente Barack Obama, candidato à reeleição, declarou estar “profundamente entristecido” e prometeu apoio à investigação. (LC)

 

 

Fonte: 

+ sobre o tema

Uma festa que faz blackface coletivo na Espanha quer se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade

Um "blackface" coletivo *no município de Alcoy, em Valência...

Mulher é presa e pode responder por injúria racial depois de chamar taxista de “negro de m…”

Ministério Público ofereceu denúncia à Justiça, mas pena deve...

Instituições do mercado financeiro assinam compromisso com a equidade racial

Instituições ligadas ao mercado financeiro firmaram um compromisso coletivo...

para lembrar

spot_imgspot_img

Número de pessoas mortas pela PM paulista cresceu 138% no 1º trimestre

Dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo mostram que o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no...

Livro continua a ser o melhor investimento de uma pessoa

Em janeiro de 2017, o mundo já era bastante confuso e acelerado. Mal sabíamos o que o futuro nos reservava. Parece até que estou falando...

Seu antirracismo é de fachada?

"Eu não tive a intenção, agora entendo que minhas atitudes são consequências do racismo estrutural." Não foram exatamente essas as palavras que uma cantora branca de sucesso...
-+=