Desenrole

Por Fernanda Pompeu

 

Pode reparar. Tem gente que sofre de TCO – Transtorno Complicador Obsessivo. Gente que não consegue dar crédito para o que é simples. Logo pensam: “Para que simplificar se eu posso complicar?” E terminam por embolar apertadinho a vida de todo mundo.

Fico imaginando de onde será que isso vem. Por que acreditar que o rebuscado, o verborrágico, o tortuoso são superiores ao liso, ao sintético, ao reto? Tudo bem se for questão de gosto. Há mulheres e homens que adoram se emperiquitar.

Outras e outros são mais funcionais, no estilo calça, camiseta, tênis, mochila. Mas não é na moda que estou pensando. Pois acredito que se vestir é como dançar, cada um faz como quer, ou como pode.

Penso no valor do simples no mundo do trabalho. No qual há sempre esforços e processos em curso. Situações em que saímos de A para chegar a B, ou a Z. Situações que envolvem equipes e parceiros.

Quanto mais reto e direto for o caminho entre a saída e a chegada, mais simples será o trajeto. Todos sabemos dessa obviedade por experiência. Por que então a tentação de inventar sem necessidade desvios e curvas? Alguém já ensinou: “Bobagem perfumar a flor.”

Complicar é o verbo predileto da burocracia. A história de provar com a certidão de nascimento que você nasceu. Ou o calvário de percorrer labirintos de carimbos e reconhecimentos de firmas. Tudo para que não seja simples.
Mas não apenas os burocratas e os chatos complicam. É fácil cair na armadilha do enfeite, ou mesmo se apaixonar pelo artifício. Assim um texto que pretendia ser comunicativo se perde em adjetivos, gerúndios, palavras pomposas e três pontinhos.

Há exemplos maravilhosos do simples. O desenho de Brasília, feito pelo urbanista Lúcio Costa (1902-1998), não passa de “dois eixos cruzando-se em ângulo reto”. Deu na imagem de um avião nunca pensada antes. A própria circunferência – tão simples que qualquer criança desenha – se presta a muitas representações. A roda, a bola de futebol, a laranja, o planeta Terra, a lua, o sol. Não deve ser por acaso que ela representa também a nossa cabeça.

 

 

Fonte: Yahoo

+ sobre o tema

Maranhão tem 30 cidades em emergência devido a chuvas

Subiu para 30 o número de cidades que decretaram...

O Estado emerge

Mais uma vez, em quatro anos, a relevância do...

Extremo climático no Brasil joga luz sobre anomalias no planeta, diz ONU

As inundações no Rio Grande do Sul são um...

IR 2024: a um mês do prazo final, mais da metade ainda não entregou a declaração

O prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda...

para lembrar

Uma direita difusa se fortalece – Por: Dennis de Oliveira

Episódios das últimas semanas: ação de justiceiros no...

Eleições para a Ouvidoria da Defensoria Pública de São Paulo

(Acesse página da campanha: https://bit.ly/2Trh599 ) É com a certeza...

Caminhoneiros: PF irá investigar se paralisações foram promovidas por patrões

Preocupação do governo cresceu porque o movimento já está...

Bolsa Família: Telefonemas e blogs foram usados para espalhar mentira

Boato sobre Bolsa Família exigiu aparato amplo e “profissional”....

Mulheres em cargos de liderança ganham 78% do salário dos homens na mesma função

As mulheres ainda são minoria nos cargos de liderança e ganham menos que os homens ao desempenhar a mesma função, apesar destes indicadores registrarem...

‘O 25 de abril começou em África’

No cinquentenário da Revolução dos Cravos, é importante destacar as raízes africanas do movimento que culminou na queda da ditadura em Portugal. O 25 de abril...

IBGE: número de domicílios com pessoas em insegurança alimentar grave em SP cresce 37% em 5 anos e passa de 500 mil famílias

O número de domicílios com pessoas em insegurança alimentar grave no estado de São Paulo aumentou 37% em cinco anos, segundo dados do Instituto...
-+=