Ban Ki-moon diz que “racismo ainda é ameaça” em todo o mundo

Mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, para a data, observada em 25 de março de 2013.

 

“O comércio de escravos durou 400 anos e fez mais de 15 milhões de vítimas. Os africanos e as pessoas de ascendência africana foram vítimas desses atos brutais e continuam sofrendo suas consequências.

No Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, dizemos ao mundo que nunca esqueça este crime contra a humanidade.

Não devemos nunca esquecer as torturas, os estupros e os inocentes assassinados, homens, mulheres e crianças, as famílias que foram separadas, as vidas que foram interrompidas e as horríveis condições nos navios negreiros, nas plantações e nos mercados de escravos. Estas degradações não podem ser enterradas pelo tempo, elas devem ser examinadas e compreendidas.

Ao refletir sobre as consequências desta tragédia contemporânea, vamos lembrar a coragem daqueles que arriscaram tudo pela liberdade e daqueles que os ajudaram nesse caminho perigoso. A sua coragem deve nos inspirar na luta contra as formas contemporâneas de escravidão, o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância correlata.

Neste ano, juntamente com a reflexão solene, temos um motivo especial para comemorar. Lembramos os 150 anos desde que Abraham Lincoln libertou milhões de afro-americanos da escravidão.

Este ano marca também outros acontecimentos importantes. Em 1833, a escravidão terminou no Canadá, nas Índias Ocidentais Britânicas e no Cabo da Boa Esperança. Há 170 anos, em 1843, a Lei da Escravatura Indígena foi assinada. A escravidão foi abolida há 165 anos na França, há 160 anos na Argentina, há 150 anos nas ex-colônias holandesas e há 125 anos no Brasil.

Neste dia, comprometamo-nos a honrar e restaurar a dignidade das pessoas afetadas e intensificar os esforços para eliminar os resquícios de escravidão que ainda persistem em nosso mundo.”

 

Fonte: ONU

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