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    Naruna Costa tem 15 anos de carreira como atriz de teatro, cinema e televisão (Bob Wolfenson/Netflix)

    Naruna Costa: “Para me proteger, evitei papéis que sexualizam mulher negra” 

    Karen Luise (Foto: Arquivo Pessoal)

    Mulheres negras: Um duplo desafio para o sistema de Justiça

    Maia Chaka, primeira árbitra negra da NFL (Foto: Denis Poroy/AAF/Getty Images)

    No mês das mulheres, NFL anuncia a contratação da primeira árbitra negra da sua história

    Arte: Rafael Werkema/CFESS

    Lideranças femininas falam sobre seus desafios no simpósio Mulheres, Poder e Sociedade

    Foto: Divulgação

    Lançamenro pesquisa viver em SP no Dia da Mulher

    (Ilustração: LINOCA SOUZA)

    Abismo feminino

    Adobe

    Por dia cinco mulheres foram vítimas de feminicídio em 2020, aponta estudo

    Ronda Maria da Penha, em Salvador, auxilia mulheres vítimas de violência — Foto: Alberto Maraux/ SSP-BA

    Mais de 180 mulheres foram mortas na BA em 2020: ‘É preciso entendimento social para mudar esses dados’, diz pesquisadora

    Reprodução/Facebook

    Março por Marielle: Instituto lança Agenda Colaborativa com ações que denunciam 3 anos de impunidade

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      A técnica de enfermagem Luanna da Silva Pereira, 28, morta em operação da Polícia Civil no dia 4 de março - Reprodução/redes sociais

      Operações policiais deixam ao menos nove mortos em três dias no Rio de Janeiro

      (Foto: Rui Zilnet)

      Direitos Humanos para quem?

      Reunião da Secretaria da Juventude Carioca, criada pelo prefeito Eduardo Paes (DEM) - PerifaConnection

      Se não investir nos jovens, Rio pode criar população improdutiva no futuro

      Reprodução/Small Axe

      ‘Small Axe’ traz resiliência a histórias de racismo que poderiam ser apenas tristes

      Miriam Leitão (Imagem retirada do site Congresso em Foco)

      Um ano depois, a dúvida é sobre nós

      Goleiro Aranha, em sua segunda passagem pela Ponte Preta Imagem: Ale Cabral/AGIF

      Aranha reclama de racismo no futebol: ‘Era trocado pelo concorrente branco’

      Parem de nos matar (Portal Geledés)

      Pela afirmação da vida, pela liberdade e contra a brutalidade policial

      Foto: Pedro Kirilos/Riotur

      O Rio de janeiro continua… segregacionista

      Ashanti: nossa pretinha/Malê Mirim

      Literatura infantil para incentivar a autoestima em crianças negras

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      Ivanir Dos Santos (Foto: Arquivo Pessoal)

      Ivanir dos Santos: Ainda há esperança em prol da tolerância

      Bandeira do orgulho trans hasteada em São Francisco, nos Estados Unidos. Foto: Flickr (CC)/torbakhopper

      Brasil segue no topo de ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo

      Maíra Vida: Advogada, Professora, Conselheira Estadual da OAB BA e Presidenta da Comissão Especial de Combate à Intolerância Religiosa (Foto: Angelino de Jesus)

      Do crente ao ateu, não faltam explicações para o racismo religioso no Brasil

      Foto: Deldebbio

      Prefeito de Duque de Caxias é investigado por intolerância religiosa a crenças de matriz africana

      FÁBIO VIEIRA/ESPECIAL METRÓPOLES

      Após ser alvo de ataques transfóbicos e racistas, Érika Hilton irá processar 50 pessoas

      A parlamentar Laetitia Avia propôs a nova nova lei, enquanto o primeiro-ministro Jean Castex foi ridicularizado por seu sotaque (GETTY IMAGES)

      Por que a França pode criminalizar a discriminação pelo sotaque

      Adolescente de 16 anos foi espancada pelo pai por ser lésbica, na Bahia — Foto: Divulgação/Polícia Civi

      Adolescente é espancada pelo pai na BA e relata que motivo é ela ser lésbica; avó da vítima denunciou homem à polícia

      (Jonathan Alcorn/AFP/)

      Painel trata combate ao racismo como exercício de cidadania e justiça

      Imagem: Geledes

      Racismo Estrutural – Banco é condenado a indenizar cliente por discriminação racial

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        (Foto por: Anna Maria Moura/ Coletivo Quariteré)

        Biblioteca comunitária dedicada à cultura africana e afro-brasileira é inaugurada em Cuiabá

        Divulgação

        Camila Pitanga estreia “Matriarquia em Processo” com primeira apresentação transmitida online direto de sua casa

        (Foto: Daryan Dornelles / Divulgação)

        Elza Soares lança single inédito, ‘Nós’, para homenagear as mulheres

        Foto: Divulgação

        Grandes cordelistas têm encontros marcados com os novos tempos, de 6 de março a 24 de abril

        Espetáculo Negra Palavra | Solano Trindade (Foto: Mariama Prieto)

        Identidades negra e indígena são tema do Palco Virtual de cênicas com leituras e espetáculos em construção de teatro e dança

        Beth Belisário (Foto: Divulgação)

        Beth Belisário, do bloco Ilú Obá de Min, abre série especial da coluna Um Certo Alguém em sinergia com a Ocupação Chiquinha Gonzaga

        Imagem 1 – Tear e poesia do fotógrafo Fernando Solidade

        Festival de Imagens Periféricas apresenta a multiplicidade cultural de São Paulo através da fotografia

        As mulheres usam a mandioca tradicionalmente para cozinhar e sabem prepará-la de várias maneiras.(Foto: TANIA LIEUW-A-SOE/CEDIDAS)

        As mulheres que cultivam mandioca no Suriname para vendê-la nos Países Baixos

        A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP). (São Paulo (SP), 09.09.1960. (Foto: Acervo UH/Folhapress)

        Carolina Maria de Jesus ganha título de Doutora Honoris Causa da UFRJ

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            Reprodução/Small Axe

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              A Exclusão e o Preterimento do Negro Gay Afeminado

              21/02/2019
              em LGBTQIA+
              6 min.

              Nu masculino (sem data), por Boscoe Holder.

              Nu masculino (sem data), por Boscoe Holder.

              Um quadro ancestral com desenhos lúdicos de cor negra que reluz ouro e não se é exposto na parede principal. A metáfora poética da não existência dos corpos negros gays afeminados na redoma das afetividades. A solidão que ocupa a grande parte de nossas vidas e orquestra nossos silêncios.

              Por Marcos Wandebaster, para o Portal Geledés 

              Nu masculino (sem data), por Boscoe Holder.

              Hoje aprecio refletir no espelho a imagem de um belo quadro. Negro e banhado em ouro… Mas lembro-me bem dos dolorosos dias em que esse quadro não aparecia. No lugar dele, um menino, e anos depois, um adolescente que via seus olhos refletirem o auto-ódio que aprendeu desde cedo por ser negro, e em seguida, por não caber na lata de lixo tóxico que a sociedade preparou para moldar o que seria um menino, e posteriormente, um homem.

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              Afetividades na margem e preterimento da bicha preta

              27/08/2020

              É quase missão impossível construir autoestima em um corpo negro gay afeminado numa realidade que, antes mesmo de nos entendermos enquanto negros gays afeminados, age violentamente em nossos psicológicos e em nossos corpos, fazendo com que todos odeiem nossos traços e abominem nossos comportamentos que não condizem com a heteronormatividade, e assim, todos aprendemos os valores culturais racistas, homofóbicos e sexistas que moldam os gostos pessoais que jamais gostam dos negros gays afeminados, incluindo os próprios.

              Como um negro gay afeminado que aprendeu desde cedo a odiar suas características físicas e seus comportamentos que se distanciam da masculinidade performática, irá olhar para outro negro que carrega características como as suas com um olhar de admiração? Se somos condicionados à nos odiar, somos condicionados à odiar os nossos. É uma das formas mais eficazes para nos dominar, fazendo-nos acreditar que somos aberrações da natureza e que a culpa é nossa por sermos tratados como aberrações, até mesmo nos espaços em que teoricamente, tem suas existências pautadas na busca pela igualdade racial ou pela equidade de gênero.
              No texto “Não há Hierarquia de Opressão”, a autora feminista negra estadunidense Audre Lorde nos traz uma séria reflexão… “Dentro da comunidade lésbica eu sou Negra, e dentro da comunidade Negra eu sou lésbica. Qualquer ataque contra pessoas Negras é uma questão lésbica e gay porque eu e centenas de outras mulheres Negras somos partes da comunidade lésbica. Qualquer ataque contra lésbicas e gays, é uma questão Negra, porque centenas de lésbicas e homens gays são Negros. Não há hierarquia de opressão.”

              Audre Lorde nos chama atenção para termos um olhar interseccional sobre as opressões. Um olhar refinado que nos permita ver, e nos faça entender, que determinadas pessoas estão em uma encruzilhada de opressões, como os negros gays afeminados, que encontram-se no meio do racismo, da homofobia e do sexismo, que encontram-se numa posição vulnerável e de não pertencimento nos espaços que não pautam nossas demandas, e quando pautam, não o fazem com seriedade. Quando estamos nos espaços organizados pelos movimentos LGBTQ+, não podemos apontar para o racismo produzido e reproduzido dentro dos movimentos. Somos silenciados no momento em que fazemos o recorte racial. Quando nos reunimos aos movimentos negros, em sua grande maioria, não abrem espaços para falarmos sobre a LGBTfobia, pois as pautas principais não estão destinadas aos LGBTQs negros. E é nesse local social de inexistência que os negros gays afeminados se encontram exclusos e preteridos.

              Quantas vezes vocês viram negros gays afeminados como professores, coordenadores ou diretores de instituições de ensino? Quantas produções intelectuais de negros gays afeminados vocês leram? Quantas vezes vocês viram um veículo grande de comunicação convidar negros gays afeminados para falarem de suas obras intelectuais e de suas produções? Quantos negros gays afeminados bem sucedidos financeiramente vocês conhecem? Quantas obras literárias que abordam a existência de negros gays afeminados vocês já leram? Quantos negros gays afeminados vocês conhecem que estão em um relacionamento sério? Quantas vezes vocês questionaram a ausência de negros gays afeminados em espaços de poder? Quantas vezes vocês pararam para pensar sobre isso? E no local da inexistência, provamos o amargo sabor de sermos hipersexualizados, fetichizados, preteridos e excluídos.

              Somos rejeitados inclusive por negros gays não afeminados, já que esses, por não terem trejeitos que a sociedade sexista julga femininos, estão sempre namorando brancos gays, que por serem brancos, são aceitos nos espaços e nas construções afetivas das pessoas. Enquanto negros gays afeminados são postos na inexistência, brancos estão estampando as capas de revistas de beleza, estão representando príncipes e galãs nos cinemas e nos programas de TV, são mostrados constantemente pela literatura e pela mídia que são sinônimo de sucesso e do que devemos almejar, e devido a essa construção social racista, negros gays não afeminados aceitam ser reduzidos ao que os brancos gays fantasiam sexualmente sobre seus corpos em troca de exibirem publicamente os seus namorados brancos como se esses fossem bilhetes premiados, e enquanto isso, outros negros sofrem em solidão… Quem vai querer um negro gay afeminado se surgir a chance de ascender, o mínimo que seja, ao lado de um branco? Constroem as corporeidades dos negros gays afeminados para serem indignos de receberem afeto e amor, tanto próprio, quanto dos seus semelhantes, o que faz inclusive do amor afrocentrado, um sonho praticamente impossível de acontecer, e se aprofundarmos a reflexão, logo podemos confirmar o apontamento na produção de conhecimento da intelectual negra portuguesa Grada Kilomba, que ao ser entrevistada pelo veículo brasileiro de comunicação Carta Capital, disse que “branco não é uma cor. Branco é uma afirmação política”, e nessa sociedade racista que foi fundada no escravismo de corpos negros, ser branco é ser a metáfora do poder.

              Por mais inteligentes, lindos, comunicativos, educados e criativos que sejamos, por mais que tenhamos várias características que construiriam um relacionamento saudável e feliz, não somos vistos como pessoas apropriadas para qualquer construção afetiva. Somos vistos como seres promíscuos que carregam no DNA um insaciável desejo sexual. Somos vistos como os corpos que merecem sexo no escuro. Escondido. À margem do campo de visão de qualquer cidadão de bem que vê os negros como pessoas “quentes no sexo”, gays como devassos e a feminilidade inferior à masculinidade. São essas violências que os negros gays afeminados são sujeitados. Desrespeitos, insultos, assédios, estupros, assassinatos…

              ***
              No texto “Enegrecer o Feminismo: A Situação da Mulher Negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero”, a Filósofa negra brasileira Sueli Carneiro, faz a seguinte pergunta: “Quando falamos do mito da fragilidade feminina, que justificou historicamente a proteção paternalista dos homens sobre as mulheres, de que mulheres estamos falando?”, questionando a universalidade do que é ser mulher. Bebendo da produção intelectual de Sueli Carneiro, direciono o questionamento para os movimentos negros e movimentos LGBTQ+. Quando falamos em gays, de que gays estamos falando? Esse ser gay universal pautado nos movimento LGBTQ+ não contempla negros gays afeminados. Quando falamos em homens negros, de que homens negros estamos falando? Esse homem negro pautado nos movimentos negros não contempla negros gays afeminados.

              Hierarquizar as violências que passo enquanto negro gay afeminado, seria escolher qual parte de mim iria proteger enquanto ao resto de quem sou, padeceria, e se alguma parte de mim padece, o todo sofrerá sérias consequências! É preciso que a sociedade entenda como funcionam as engrenagens das estruturas opressoras sobre as pessoas que carregam em suas existências, encruzilhadas de marcadores identitários que são alvos constantes de violências físicas e psíquicas, e para essa compreensão social, a educação (formal e informal) gere o papel fundamental na desconstrução das violências. Uma educação inclusiva e representativa. Um modelo educacional que abrace e respeite a diversidade e suas manifestações em todas as cores e formas. Uma educação apta à pautar com responsabilidade sobre raça e gênero numa perspectiva decolonial, onde só se é possível, quando todos assumem suas responsabilidades sociais. Não esqueçamos que o silêncio é ideológico! Ficar em silêncio enquanto a sociedade retira a humanidade dos negros gays afeminados, é compactuar com nossas mortes físicas e simbólicas. É assumir estar de mãos dadas com a opressão. É impedir que quadros negros banhados em ouro, não sejam postos nas paredes principais, e muito menos apareçam em outros espelhos.

              Esse texto é dedicado à cada negro gay afeminado que está sofrendo em silêncio no âmago da solidão. Que nossas existências sejam narradas por nossas vozes e que possamos transcender as barreiras que nos impedem de acessar nossa humanidade. Somos potências ancestrais!
              Em especial, agradeço as feministas negras por suas produções intelectuais que me possibilitaram ferramentas fundamentais para trilhar o caminho do autoconhecimento e de minha compreensão de mundo.

               

              Leia Também:

              Notas sobre amor, afeto e solidão do gay negro


              ** Este artigo é de autoria de colaboradores ou articulistas do PORTAL GELEDÉS e não representa ideias ou opiniões do veículo. Portal Geledés oferece espaço para vozes diversas da esfera pública, garantindo assim a pluralidade do debate na sociedade.

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              • No próximo dia 07 de março, às 19h, Camila Pitanga (@caiapitanga) estreia “Matriarquia em Processo”, espetáculo solocom transmissão online dentro da plataforma“ #emcasacomosesc”, do Sesc São Paulo (@sescsp). Criado por Camila, pela preparadora vocal Lucia Gayotto, pela dramaturga e roteirista Dione Carlose pela diretora Cristina Moura, Matriarquia é um encontro de mulheres e é deste encontro – ou “sistema social liderado por mulheres” – que o trabalho surge. “Matriarquia é sobre o encontro dessas mulheres, é sobre o meu encontro com minhas vivências e percepções, bem como minha experiência neste mundo que atravessa uma pandemia”, explica Camila.
              • A seção Coletiva Negras que Movem (@negrasquemovem), integrada à área colaborativa “Guest Post”, volta em 2021 com artigos de integrantes do Programa de Aceleração do Desenvolvimento de Lideranças Femininas Negras: Marielle Franco, do Fundo Baobá (@fundobaoba). Confira um trecho do artigo da Clara Marinho Pereira"No contexto da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o conjunto desses desafios tem se agravado, renovando em bases ainda mais complexas o desafio de lutar por um padrão civilizatório em que a interseccionalidade seja vista como ponto de partida incontornável da ação estatal e social, e não como mero recorte." Leia o artigo completo em: www.geledes.org.br
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              • Março por Marielle: Instituto lança Agenda Colaborativa com ações que denunciam 3 anos de impunidade O Instituto Marielle Franco (@institutomariellefranco), criado pela família da vereadora, abriu um chamado para ONG’s,  coletivos, associações, sindicatos e indivíduos que queiram participar da Agenda Colaborativa de  Ações. A atividade faz parte da programação do #MarçoPorMarielleEAnderson – movimento  criado pelo Instituto para lembrar o crime ocorrido em 14 de março de 2018.   📷Reprodução/Facebook
              • #Repost @amnboficial • • • • • • Março chegou! E com ele, o nosso Março de Lutas! O Março de Lutas é uma agenda coletiva para reafirmar a resistência negra no Brasil. O objetivo é que as mulheres negras brasileiras protagonizem uma chamada para compartilhar práticas, experiências e viabilizar denúncias que fortaleçam o enfrentamento ao racismo, ao patriarcado, sexismo e LBTfobia que impactam a vida das pessoas negras, especialmente as mulheres. #MarçodeLutas é a forma de celebrar o legado dos homens e mulheres negras que morreram lutando pela humanidade, cidadania e direitos reconhecidos e assegurados para a população negra. É uma ação que vai reafirmar a denúncia contra as violações de direitos humanos protagonizadas pelo Estado brasileiro, bem como, visa reforçar os debates sobre a importância da vida das mulheres negras no que diz respeito ao enfrentamento a violência doméstica, o feminicídio, o racismo religioso e a violência política política intensificadas pelo contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil. Acesse o nosso site: amnb.org.br/marcodelutas
              • A coluna Um Certo Alguém, do site do Itaú Cultural (@itaucultural) , abre o mês de março com uma série de cinco edições que tem como convidadas artistas que narram textos da dramaturga Maria Shu na Ocupação Chiquinha Gonzaga, em cartaz na organização. No dia 4, quinta-feira, a estreia acontece com a participação de Beth Belisário, presidente do Bloco Afro Ilú Obá de Min, sediado na capital paulista, fundado por ela e a também percussionista Adriana Aragão.
              • #Repost @midianinja • • • • • @portalgeledes e @midianinja divulgam Retratos da Pandemia Série traz histórias de como os moradores das periferias estão enfrentando a batalha contra a covid-19. São relatos que capturam a humanização do cuidado, a solidariedade e a organização nas comunidades em prol dos mais afetados pela doença infecciosa. Video: @mariasylvia.oliveira #retratosdapandemia
              • Para abrir o mês de março, a coluna Nossas Histórias vem com a assinatura da historiadora Ivangilda Bispo dos Santos, que nos convida a pensar sobre as resistências de intelectuais negros à colonização portuguesa em Moçambique. Confira um trecho do artigo do artigo"Reações ao mito da democracia racial no contexto moçambicano (Sec.XX)"."Entre os combatentes ao mito da democracia racial, podemos mencionar, além de Eduardo Mondlane, o gôes Aquino de Bragança e os angolanos Mário Pinto de Andrade e Agostinho Neto. Interessante notar que todas as pessoas africanas mencionadas acima eram consideradas pelo governo colonial “assimiladas” à cultura portuguesa. No entanto, tal enquadramento não lhes garantia a igualdade de oportunidades e de tratamento, fator poderoso para a contestação da situação colonial e da discriminação racial vigente". Acesse o material na íntegra em: A Coluna Nossas Histórias é parceria entre a Rede de HistoriadorXs NegrXs, o Geledés e o Acervo Cultune #Moçambique #ResistênciaIntelectualNegra #ColonizaçãoPortuguesaEmÁfrica #Antirracismo #HistoriadorasNegras #NossasHistórias.
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