O lançamento do EP Encantado em 27 de maio é mais um passo fonográfico dado por Mestre Siqueira para registrar obra autoral que já contabiliza mais de 450 composições em 84 anos de vida.
Nascido no Recife (PE) em 21 de setembro de 1937, filho de pai bandolinista e mãe pianista, José Siqueira de Alcântara se notabilizou, no meio musical carioca, pela habilidade no manuseio do cavaquinho, instrumento que aprendeu a tocar de forma autodidata na adolescência vivida nos anos 1950, década em que veio morar com a família no Rio de Janeiro (RJ).
Na cidade, onde mora até hoje, Siqueira participou da última formação do grupo de Pixinguinha (1897 – 1973), integrou o conjunto Chapéu de Palha, fez parte da Orquestra Tabajara – sob a regência do maestro Severino Araújo (1917 – 2012) – e ocupou o posto de cavaquinhista da Velha Guarda da Mangueira por mais de 35 anos, além de ter tocado com nomes como Cartola (1908 – 1980) e Jamelão (1913 – 2008).
Como Cartola, aliás, Mestre Siqueira lançou tardiamente o primeiro disco solo, Siqueira entre nós, editado em 2013, ano do 76º aniversário do artista, com repertório autoral. Em 2017, Siqueira registrou mais uma leva de composições no álbum 80 anos, de título autoexplicativo.
Com capa que expõe arte da ilustradora Helena Bousquat, o EP Encantado amplia o registro da obra autoral do artista, pautada pelo samba e pelo choro. O disco será precedido em 20 de maio pelo single que apresenta a gravação do samba Um doce olhar, feita por Siqueira com arranjo do também cavaquinhista Alceu Maia e com a participação do cantor Marquinho China.
Quando o EP Encantado chegar aos players digitais uma semana depois, com cinco faixas, o ouvinte terá à disposição os registros de outros dois sambas – Indiferença (com arranjo do cavaquinhista Wanderson Martins) e Mangueira do Amanhã (música gravada por Siqueira com o sambista Léo Pereira e com arranjo de Paulão 7 Cordas) – e dois choros, A caminho de São Paulo (gravado ao vivo com a participação de Luizinho 7 Cordas) e o tema-título do disco Encantado, registrado com o toque da flauta de Josias Nunes.
O projeto do EP Encantado foi realizado pelo Coletivo Sindicato do Samba com produção coordenada por Camilo Árabe com os músicos Pedro Cantalice e Wellington Monteiro.