O Brasil é o unico país a adoptar uma lei que integra o ensino da História e da Cultura africanas, incluindo a História afrobrasileira, nos ciclos primário, secundário e pré-escolar do sistema educativo nacional.
Essa informação foi prestada quarta-feira na capital zimbabweana, Harare, durante uma reunião de peritos da UNESCO, citado hoje (quinta-feira) pela PANA.
O encontro de Harare foi organizado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para promover o ensino da História fundada na perspectiva cutural africana.
A introdução da lei em causa em 2003 culminou na produção e difusão de informações sobre a História africana e afrobrasileira e a cultura através do Brasil.
Marilza Regattieri, especialista de programas da UNESCO-Brasil que apresentou um documento sobre “Brasil-África : Histórias Cruzadas”, indicou porém que houve desafios enormes na aplicação da lei tal como o desenvolvimento de uma nova cultura escolar.
“Nós conhecemos desafios até aqui como a abordagem das matérias, pois as matérias existentes só falam da escravatura e na versão europeia. Por outro lado, a formação de formadores não perepara os professores para se pronunciarem sobre este assunto”, disse Regattieri em declarações à PANA.
O pojecto “Brasil-África : Histórias Cruzadas” compreende a supervisão da aplicação da lei, a produção e difusão de informações sobre a História de África e do povo afrobrasileiro e conselhos sobre a elaboração das políticas públicas.
O projecto visa identificar as questões essenciais, os progressos e os desafios da aplicação da lei, colaborar e elaborar estratégias para a realização de políticas públicas adequadas, bem como sistematizar, produzir e desseminar conhecimentos sobre a História e a cultura de África.
Uma grande parte do ensino da História em África é ainda eurocêntrica e é neste contexto que a utilização pedagogica da História Geral de Áfica da UNESCO foi lançada para definir um plano de trablaho.
A reunião da UNESCO em Harare visa também lançar as bases do desenvolvimento de conteúdos pedagógicos comuns para uso nas escolas africanas.
Pelo menos 65 peritos provenientes de 36 países de África e da diáspora (Estados Unidos, Brasil, Trindade e Tobago, França) participam na reunião de cinco dias que começou segunda-feira para definir a metodologia, determinar os métodos, as equipas de trabalho e elaborar um plano de trabalho.
Fonte: Angola Press