Cadernos Geledés IV: Mulher Negra – textos de Sueli Carneiro

Artigo produzido por Redação de Geledés

Neste número 4 dos Cadernos Geledés, resolvemos publicar três textos escritos por Sueli Carneiro de 1984 a 1988, juntamente com um texto inédito.

O mais antigo deles, O Poder Feminino no Culto aos Orixás, escrito em parceria com Cristiane Abdon Cury, representou uma tentativa de compreender os modelos femininos presentes na mitologia iorubana, passíveis de se constituir em fonte de inspiração para as mulheres concretas que enfrentam no seu dia a dia problemas semelhantes aos das suas ancestrais mitológicas: problemas em relação à maternidade, à fertilidade ou infertilidade, à cumplicidade e parceria, bem como à desconfiança e traição entre mulheres; às relações de cooperação, competição e disputa com o poder masculino.

Este primeiro texto representava naquele momento da trajetória de Sueli, seu esforço para produzir um marco referencial para um possível feminismo negro, que se alimente de e revitalize os elementos de uma cultura ancestral.

Em Identidade Feminina, Sueli dialoga com o movimento feminista, questionando a idéia de uma identidade feminina homogênea para todas as mulheres. Ao falar da diversidade das mulheres, ela avança na formulação de referenciais para a compreensão e atuação das mulheres negras brasileiras.

Em 1988, ano da criação de Geledés e da realização do 1o Encontro Nacional de Mulheres Negras, Sueli analisa a necessidade de organização e as possíveis tendências políticas existentes no Movimento de Mulheres Negras no texto Organização Nacional das Mulheres Negras: Desafios e Perspectivas.

A decisão de republicar tais textos foi tomada a partir de nossa avaliação de que permanecem vivos e atuais na medida em que não foram superados, e podem ainda continuar alimentando novas gerações do crescente Movimento de Mulheres Negras no Brasil.

Finalmente, em Resposta da Sociedade Civil à Violência Racial e de Gênero (texto inédito), Sueli analisa as formas de organização desenvolvidas pelo Movimento Negro e pelo Movimento Feminista, apontando para a necessidade de criatividade organizativa do nosso Movimento.

por Edna Roland

 

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Cadernos Geledés – Volume IV – Mulher Negra

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