Esta semana, a campanha #PretaMinistra, movida pelo Instituto de Defesa da População Negra (IDPN) junto com a Coalizão Negra por Direitos, ganhou visibilidade internacional ao ter um vídeo exibido na Times Square, em Nova York. A campanha defende a indicação de uma mulher negra para o cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal (STF).
O vídeo mostra a frase “Ela tem um sonho” e em seguida surge a atriz mirim Lua Miranda, uma menina negra, falando a frase: “Quando eu crescer, quero ser ministra do STF”. Em seguida, o vídeo encerra com a frase: “Nunca antes na história desse país, uma menina negra conseguiu realizar esse sonho”.
Além do vídeo de poucos segundos exibido na Times Square, a campanha também conta com um curta-metragem “Todo mundo tem um sonho”, no qual Lua interpreta Ana, uma menina negra cheia de sonhos, se inspirando em personalidades negras como a cantora, Iza, a escritora Conceição Evaristo e a ginasta Daiane dos Santos.
Ao final, a mãe de Ana, interpretada por Mariana Nunes, sugere que a filha pode sonhar em ser ministra do STF, mas a menina questiona: “igual a quem, mãe?”. O vídeo dirigido por Mayara Aguiar levanta a reflexão da falta de ministras negras no Supremo para inspirar outras mulheres negras a ocupar espaços de poder.
Ministra Negra no STF
Na última sexta-feira (8/9), a campanha “Ministra Negra no STF” chegou à reunião da cúpula do G20, em Nova Deli, capital da Índia, durante a passagem do presidente Lula (PT) pelo país. O movimento é apoiado pela ministra Cármen Lúcia, segunda mulher a assumir uma cadeira no STF.
Para participar, basta acessar o site www.ministranegranostf.com.br/ e informar nome, sobrenome, endereço de e-mail e estado de origem, que a mensagem é enviada automaticamente para a secretaria da Presidência da República.
Vaga no STF
A ministra do STF Rosa Weber se aposenta em outubro deste ano, deixando sua vaga disponível para indicação do presidente Lula. A expectativa de parte da população é que a vaga seja ocupada por uma mulher negra pela primeira vez.
Nos 132 anos de existência so STF, as cadeiras foram ocupadas por 171 pessoas, destas, apenas três eram mulheres, todas brancas, e três negros, todos homens.
Nomes como o da juíza federal fluminense Adriana Cruz, da promotora de Justiça baiana Lívia Sant’Anna Vaz, e da advogada gaúcha Soraia Mendes, estão entre os sugeridos por diversas entidades de defesa dos direitos da população negra.