Faltam poucos dias para Salvador receber o II Seminário Internacional Desfazendo Gênero, que ocorrerá de 04 a 07 de setembro, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Considerado referência entre os espaços de debates ligados às temáticas da sexualidade e gênero, o evento está com suas 1.500 inscrições esgotadas desde julho, após ampla procura de pesquisadorxs e ativistas do Brasil e exterior.
Um dos momentos mais esperados é a conferência de abertura, na manhã do dia 05 de setembro, no Teatro Castro Alves, quando a filósofa norte-americana Judith Butler abrirá oficialmente o encontro. Considerada um ícone mundial nos estudos de sexualidade a partir de livros como Problemas de Gênero, a pesquisadora estará pela primeira vez no Brasil, começando por Salvador uma viagem que inclui ainda outras duas cidades (São José do Rio Preto e São Paulo).
“O evento começou a ser pensado há exatamente um ano. Trabalhamos muito para fazer um congresso acadêmico diferenciado dos demais que existem no Brasil. Espero muito debate e que o evento também possa servir para pensarmos outras formas de ativismo menos conhecidas e reconhecidas”, disse o professor Leandro Colling, coordenador do evento e do grupo de pesquisa Cultura e Sexualidade (CUS), que realiza a segunda edição do Desfazendo Gênero junto com várias parcerias.
INTERNACIONAIS – Pesquisadores e ativistas de países como Chile, Argentina, Espanha, Portugal e República Dominicana estão confirmados na programação do Desfazendo Gênero. Os quatro dias contarão com seis mesas redondas, 71 simpósios temáticos, nos quais serão apresentados 759 trabalhos, além de 25 minicursos, 25 oficinas, exibição de pôsteres, performances, música, teatro e outras atividades artísticas.
As atividades ocorrerão em diferentes salas dos Pavilhões de Aulas 3 e 5 do campus de Ondina. Os participantes poderão escolher, por exemplo, entre as opções de simpósios temáticos e minicursos que abordam temas como educação, comunicação, arte, binarismo de gênero, normatização dos corpos, dentre outros temas.
“Tivemos 759 trabalhos aprovados, dos 830 submetidos. Foi uma procura imensa para um evento que está na segunda edição. Isso mostra que a nossa área de pesquisa é grande e tem se desenvolvido muito dos últimos anos, em especial na Bahia e em outros estados do Nordeste”, explica Colling.
Não faltam também boas ofertas de oficinas, que serão ferramentas de empoderamento e serviço ao público. Entre os temas trabalhados estão workshops de drag king, transfeminimos, criação literária e pornoterrorismo.
“As oficinas irão ocorrer na primeira tarde do evento e nossa ideia é que o resultado delas possa aparecer como intervenções das pessoas no decorrer do Seminário. As oficinas serão um grande diferencial”, aposta Colling.
MOVIMENTO – Apesar de concentrar sua programação nas instalações da UFBA, a ideia é que o Desfazendo Gênero ocupe espaços além dos muros da universidade, como é o caso a Residência Universitária, no Corredor da Vitória, onde acontecerá o Caruru da Diversidade e uma mostra artística musical na noite do dia 5 de setembro. Já no Teatro Gregório de Mattos, no domingo, dia 6, na Praça Castro Alves, serão encenadas as peças Solo Almodóvar e o Diário de Genet, ambas dirigidas pelo professor e pesquisador Djalma Thürler. E ainda haverá festa de encerramento com show na Praça Thereza Batista, no Pelourinho, na noite do dia 7 de setembro.
O Seminário Internacional Desfazendo Gênero foi criado em 2013, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pelo núcleo Tirésias, na época coordenado pela professora Berenice Bento. A proposta foi a de criar um espaço específico para os estudos e ativismos queer no país.
Logo após o término da primeira edição, em Natal, o CUS, vinculado ao Centro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (CULT – UFBA), assumiu a missão de realizar a segunda edição em Salvador. Capitaneado pelo professor Leandro Colling, o CUS é formado por alunos e alunas de graduação e pós-graduação que desenvolvem pesquisas na área.
A programação completa do II Seminário Internacional Desfazendo Gênero pode ser conferida no sitehttp://www.desfazendogenero.ufba.br/