Em Alagoas todo dia se mata um jovem Zumbi!

por Arísia Barros

 

Em Alagoas o genocídio de jovens negros e pobres é igual à morte de bicho sem dono.
Meninos e adolescentes, jovens negros em Alagoas estão sendo triturados, no dia-a-dia, pela enxurrada torrencial da violência que expõe o altíssimo grau do descaso institucional em relação a qualidade de vida da sociedade tutelada, na hegemônica terra de Cabral.
O povo de pele preta é maioria invisível.
Nossos governantes trazem o estigma escravocrata e o silêncio velado do desconhecimento histórico consciente e ideológico, carregado de contradições e ambigüidades.
Não há alteração na rota do racismo, nas Alagoas de Palmares.

genocc3addio-em-alagoas

Quem sabe na rota do Imperador ou na rota do Mapa da Violência 2012. Os Novos Padrões da Violência Homicida no Brasil ?
O Mapa da Violência é feito cartografia da carnificina da população jovem e negra, em Alagoas.
Segundo o discurso, com concepção estreita, de campanha e agora oficial do governo do estado de Alagoas, as mortes crescentes de jovens negros e pobres são justificadas pelo uso do crack, “a moçada das drogas”.
As mortes dos jovens negros e pobres os-filhos-dos-outros-da-grota-pobre-e-distante que perdem a vida nessa limpeza étnica e social, não nos interessa.
A bala de doze que explode o crânio de jovens negros é naturalizada, afinal é o povo sem staff, nem partidos políticos para levantar bandeiras ou mobilizar a sociedade.
A bala de 12 que espalha sangue e esvai vidas jovens em asfalto quente, não nos interessa.
É pesada e persistente a chaga do racismo que tem a nossa anuência: de uma ampla parcela do povo alagoano, em cumplicidade com a elite dominante : homens,brancos,ditos heterossexuais, ditos católicos.
A bala perdida em Alagoas tem alvo certo: negro, jovem, pobre, morador de grotas
Alagoas é um estado acéfalo no quesito direito humanos relacionados à população negra.
Em Alagoas o genocídio de jovens negros e pobres é igual a morte de bicho sem dono.
Alguém diz o contrário?

Fonte: Mamapress

+ sobre o tema

Rebolation: Grupo Parangolé sofre racismo em Araxá-MG

A dançarina Xênia Bispo, do grupo baiano Parangolé, contou...

Censura a livro de Jeferson Tenório é sintoma de racismo e intolerância

Carolina Maria de Jesus, autora de "Quarto de Despejo",...

Criança morre após ser atingida por bala perdida dentro de casa em Salvador

Conforme Cicom, vítima tinha 11 anos e morreu após...

Como noticiar massacres

"Onde fica aquele lugar onde o que não deveria...

para lembrar

Do Congo ao Ceará: a visão de um africano sobre o racismo brasileiro

O que pode soar como um discurso repetido exaustivamente...

‘O racismo religioso se agravou muito no Brasil nos últimos anos’

A perseguição às religiões de matriz africana diante do...

Jamais fomos modernos

13 de maio. Data tida como histórica da Abolição...
spot_imgspot_img

‘Falar de racismo e de intolerância religiosa é a mesma pauta’, diz Yalorixá Jaciara Ribeiro, filha de Mãe Gilda de Ogum

Nesta terça (21), completam-se 25 anos da morte da Yalorixá Gildásia dos Santos, a Mãe Gilda de Ogum. Fundadora do Axé Abassá de Ogum,...

Em 2025, beba água e não crie expectativa com a COP30

Há alguns dias do início de um novo ano, e o que posso te dizer é: não consigo descansar. Li, dormi, nadei, andei, mas...

Este é um país que vai pra frente?

Nessas primeiras semanas de 2025, me peguei refletindo bastante sobre decisões e políticas (públicas e privadas) que promovem o retrocesso de medidas de proteção...
-+=