Em audiência na OEA, Brasil reconhece extermínio da juventude negra em audiência na OEA

Nota da Mamapress

 

Por Marcos Romão, do Mamapress

 

O senhor Breno Costa representante interino do Brasil junto à OEA, se excedeu ao dar sua opinião pessoal em uma ressalva, na qual subestima a capacidade da busca de diálogo que os representantes dos jovens negros assassinados pelo Estado Brasileiro, tem tido durante todos este anos, e não sendo ouvidos, recorrem à OEA para finalmente serem ouvidos pelo ESTADO BRASILEIRO.

O senhor Breno, cometeu um ato falho que vemos ser repetido pelas autoridades brasileiras, quando se pronunciam sobre o genocídio do jovem negro brasileiro.
O pronome “NÓS” quando se refere pessoalmente ao Estado Brasileiro, é um “NÓS”, dos brancos no poder que ele subjetivamente representa, e se trai em seu preconceito senhorial, ao jogar para cima dos peticionários, a pecha de criarem um clima belicoso, de uma guerra que o ESTADO BRASILEIRO trava contra a parte negra de seu povo.

 

Ao Fazê-lo logo depois das palavras contundentes de Hamilton Borges, representante do movimento negro, membro do grupo “Reaja ou Será Morto”, o  senhor Breno, representante do Estado Brasileiro, demonstrou mais uma vez a incapacidade e má vontade de se enfrentar a questão do genocídio do jovem negro de frente. ( vide minuto do vídeo a partir de 18:00 min)

 

Ao atrasar as palavras do senhor Ronaldo Crispim, representante negro da SEPPIR ( enviado do Brasil especialmente para debater a questão em nome do Estado Brasileiro), o senhor Breno Costa revelou que mesmo dentro do governo do Brasil, quando o assunto é racismo, tanto o respeito ao protocolo de uma audiência como esta, quanto da diplomacia interna entre as representações ministeriais, não são levados em conta. Deixando a muitos que assistiram a audiência, a sensação de que a “cordialidade” do racismo à brasileira é que impera.

 

Em nome da Mamapress e do Sos Racismo Brasil, reiteramos ao representante do Estado Brasileiro, que nós negros e negras e demais peticionários pela vida dos jovens das periferias, civis ou policiais, não somos os inimigos do Brasil, apesar de assim termos sido tratados pelas suas palavras fora de hora. Marcos Romão ( vide minuto do vídeo a partir de 26:00 min.)

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Assista também o vídeo apresentado no início da audiência com o depoimento de mães que tiveram seus filhos vitimados pela violência do Estado:

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